18 maio 2022

Loja de Hermínio Minderico

 



Da esquerda para a direita,  Augusto Cota, Manuel Cota, Manuel (filho do Hermínio Minderico), Luís Cordoeiro "Camões", Manuel Galrinho, Henrique (filho do Hermínio Minderico), Manuel Bacalhau, Duarte Cruz, Abel Júlio e Luís da Conceição (filho do Abel).





 Guilherme Afonso.






De pé da esquerda para a direita, Hermínio Minderico, Manuel Gomes (Calvaria), António Romeu, Joaquim Alfaiate, sentados, Francisco Duarte e Manuel Inácio.






POMBALINHO

Loja de Hermínio Minderico.


Em tempos no Pombalinho as mercearias, ou lojas como assim eram mais conhecidas, foram fundamentais no equilíbrio da vida social da sua população. Quase todas as suas ruas tinham pelo menos um desses estabelecimentos comerciais e a clientela, nem sempre fidelizada por razões de proximidade, tinha na diversidade de oferta de todas elas as escolhas que satisfaziam as suas mais prementes necessidades.


Aos sábados, de cesta na mão, lá iam as mulheres do Pombalinho comprar um pouco do que mais necessitavam de forma a poderem fazer o governo da casa para a semana que se avizinhava. O avio de umas postas de bacalhau, um pouco de arroz, café, massa, açúcar, farinha, etc, pressupunha quase sempre algumas horas de espera. Numa das lojas a que me referirei mais adiante, recordo-me da existência de um banco comprido em madeira, no qual as mulheres pacientemente sentadas ali esperavam que chegasse a sua vez de serem atendidas. Porque naquele tempo todos os produtos alimentares eram vendidos a peso ou em medidas de volume o que fazia com que grande parte do tempo fosse preenchido nesta demorada tarefa. Hoje tudo é muito diferente! A irreversibilidade evolutiva da vida tudo alterou! E o comércio tradicional de rua foi sendo aos poucos substituído pelos supermercados abertos nas vilas ou cidades mais próximas!


Ficaram, no entanto, as memórias desses tempos em que do tempo ainda sonhávamos dono dele ser, pelo longo caminho das nossas vidas!


As lojas não tinham nomes comerciais, à excepção talvez da Casa Farol de Francisco Maria Borges, mas esta não se enquadrava na venda de produtos alimentares, como também assim era o estabelecimento de Francisco Minderico. As mercearias eram de facto conhecidas pelos nomes dos seus proprietários. Hermínio Minderico, José Guilherme, Diamantino da Costa, José Narciso, Manuel Gregório, Francisco Duarte e Maria Adelaide Barreiros, foram algumas das que existiram no Pombalinho.


Numa viagem às nossas memórias, recordemos uma dessas lojas cujo proprietário foi o senhor Hermínio Minderico, a partir da ilustração de três fotos em anexo. Duas delas têm a ver com a sua construção e foram-me enviadas em 3 de Dezembro de 2007 pelo nosso conterrâneo Guilherme Afonso, com o seguinte texto:


"As duas fotos que lhe envio foram tiradas nas obras do Hermínio Minderico, na Rua Joaquim Gonçalves Ferreira, quando ele mandou construir ali a loja que lá tina em 1948/1949. Na primeira e da esquerda para a direita, estão, Augusto Cota, Manuel Cota, Manuel (filho do Hermínio Minderico), Luís Cordoeiro "Camões", Manuel Galrinho,, Henrique (filho do Hermínio Minderico), Manuel Bacalhau, Duarte Cruz, Abel Júlio e Luís da Conceição (filho do Abel).

Na altura, eu também andava a dar serventia nessa obra. Não fiquei naquela fotografia porque a máquina fotográfica não dispunha de disparo automático e porque fui eu que a tirei. Mas fiquei noutra sózinho, com o cocho da argamassa à cabeça, a qual junto envio, também. Boas recordações !..."


A terceira foto é já sobre o estabelecimento comercial em pleno funcionamento. Foi tirada no exterior da taberna (espaço anexo à mercearia) e reconhecem-se, da esquerda para a direita, Hermínio Minderico, Manuel Gomes (Calvaria), António Romeu, Joaquim Alfaiate, Francisco Duarte e Manuel Inácio.

 





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