06 outubro 2010

Tabernas




    Taberna do Diamantino Costa no ano de 1977/78. Reconhecem-se Júlio "Mosca", Diamantino Costa, João "da Guilhermina", Deolinda Borges e João Bernardino.







    Taberna do Gabriel na década de 1970. Reconhecem-se, Manuel Ramos, Manuel Cavaco, José Cachado, Nicolau Mogas, António da Piedade, João Serra e Gabriel Joaquim.



    As tabernas não eram só lugares frequentados por quem procurava saciar a sede à volta de uns bons copos de vinho. Eram locais também onde muitos se encontravam depois de terminado mais um árduo dia de trabalho.
    Nas tabernas criavam-se ambientes propícios à conversa. Os mais diversos problemas que afectavam a vida de quem dela fazia uma luta do quotidiano, eram discutidos e julgados por quem se achasse capaz de fazer prevalecer as suas ideias. A situação do país, a rigidez nas relações de trabalho ou até mesmo pequenos desaguisados que sempre acontecem em qualquer comunidade, entravam com toda a naturalidade na lista dos temas mais recorrentes.

    Entre uns copos de vinho com um bocado de "conduto", descarregava-se a dureza da vida e no limite tentava-se esquecer ou mesmo apagar alguns caminhos erradamente trilhados. As amarguras eram desveladas na busca de uma qualquer compensação solidária de entre os presentes, e as alegrias alegremente festejadas à volta de mais uma rodada de vinho. Por fim, já depois do corpo ter dado sinais de divórcio com o cansaço e o espirito ganho para mais um dia de trabalho, tinha chegado a hora da despedida! Lembremo-nos a propósito, do Chico Bispo, do Diamantino Costa, do Zé Guilherme, do Chico Minderico, do Manuel Gregório, do Hermínio Minderico, do Zé Narciso, do Chico Pardal, do Gabriel Joaquim, do Manuel Frade ou do Rui Borges. Eram assim as tabernas! Alternativas ou simplesmente refúgios, ao caminho directo entre a rudeza dos campos do Pombalinho e a rotina do lar.



    Colaboração fotográfica de Victor Costa e Júlio Gabriel
    Pesquisa de Bruno Cruz
    Texto de Manuel Gomes




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