Esta fotografia transporta-nos
para tempos em que as eiras ainda eram locais imprescindíveis a uma das fases
importantes do longo processo de cultivo do milho por terras do Pombalinho. Foi
registada numa que então existiu há muitos anos em frente ao edifício onde hoje
está instalada a Junta Freguesia e mostra-nos a sequência das várias etapas
pelas quais o milho passava depois de apanhado nas searas .
As maçarocas amontoadas
eram normalmente descamisadas pelas mulheres já que outras incumbências estavam
destinadas aos homens, sendo essa tarefa executada criteriosamente de modo a
que as melhores camisas (as mais macias e brancas que estavam junto à maçaroca)
fossem separadas das restantes de forma serem aproveitadas e utilizadas no
enchimento dos colchões. Depois ficava a maçaroca já limpa como se pode
verificar num monte situado entre as duas mulheres da fotografia e finalmente
surgia um outro de carolos (nome dado à maçaroca depois de debulhada), indiciando
que por ali o milho já estava muito próximo do seu armazenamento.
Também muito curiosa é
a presença de uma máquina enfardadeira accionada por um gerador a vapor, que
servia como o próprio nome indica para fazer fardos, sendo neste caso fabricados
a partir das camisas de menor qualidade e com eles proporcionar alimento aos
animais durante o inverno. A posar para o fotógrafo está Júlio José Barreiros,
proprietário desta eira e avô de Fernando Furtado Barreiros!
Colaboração
fotográfica - Fernando Furtado Barreiros
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