20 novembro 2010

Retratos XXI !





Um grupo de "putos" sentados num pequeno murete, à entrada da antiga "Casa Castanhas". Estávamos no ano de 1958.


Reconhecem-se, da esquerda para a direita, o Carlos Conceição, o Mogas, o Justino, o Victor Reis e o António Condesso.






Foto de Victor Reis.






10 novembro 2010

José Carvalho Gomes



José Carvalho Gomes foi seguramente dos jogadores que maior longevidade teve em representação do saudoso Vera Cruz Futebol Clube. Começou a defender as balizas do Pombalinho em campeonatos da FNAT no início da década de sessenta. Nessa altura destacavam-se em plenitude das suas capacidades desportivas, nomes como os de Manuel Barão, António Domingos, Ezequiel Mateiro e José Leal.





Milai Braga "matando a sede" ao Zé Gomes no intervalo de um jogo disputado em 1962.









Zé Gomes exibindo um troféu conquistado.





Era o tempo das "peregrinações futebolísticas" ao Campo das Ónias! Sempre que "jogávamos" em casa havia uma aderência enorme da população do Pombalinho para ver e apoiar os briosos rapazes do VCFC!


O Zé Gomes que pertenceu a essa grande geração de jogadores que tão bem dignificaram desportivamente o Pombalinho, foi o último a deixar de representar o Vera Cruz! Jogou com muitos de nós! Sempre oportuno no aconselhamento mais apropriado, granjeou uma enorme simpatia entre todos, principalmente entre os mais jovens que com ele tiveram o privilégio de jogar. Foi sempre de uma entrega respeitável na defesa das cores futebolísticas da nossa terra.







Nesta imagem, vêmo-lo integrado numa das últimas equipas em que participou como guarda-redes. De pé e da esquerda para a direita, José Gomes, António Carlos, Diamantino, António Bento, Carlos Feijão, Carlos Melão, João António, Fernando Duarte e Alexandre Cruz. De joelhos e pela mesma ordem, Manuel Pacheco, José Maria, António Duarte, Júlio Légua, Carlos Moura e António Carlos Branco.



Nota - Estas fotos estão inseridas na galeria do Vera Cruz http://veracruz-pombalinho.blogspot.com/




Colaboração fotográfica - José Gomes
Pesquisa - Bruno Cruz






16 outubro 2010

Barões de Almeirim





Os Barões de Almeirim exerceram ao longo de muitos anos uma enorme influência social no Pombalinho. Possuidores que foram de imensas terras agrícolas, como as da Quinta da Melhorada, Quinta do Outeiro, Mouchão da Velha, Mouchão Inglês e Tapada do Secretariado, a sustentabilidade do emprego de muita gente passava inevitavelmente pela "quinta da baronesa", como nós, os de gerações mais recentes, ouvíamos chamar com alguma frequência, àquela que chegou a ser uma das mais importantes casas agrícolas da região.

Desde o 1º barão de Almeirim que a familia Braamcamp Freire , ao Pombalinho ficou ligada. Ao longo de várias gerações muitos dos elementos desta família por esta terra passaram, viveram e até nasceram, como foi o caso das quatro filhas do 4º barão de Almeirim, Carlos Braamcamp Freire. E foi justamente umas das suas filhas, Maria da Madre de Deus Amado Braamcamp Freire, que gerindo e dando continuidade à Casa Agrícola Barão de Almeirim, a manteve em actividade até aos tempos mais recentes.


De facto, nenhuma vontade de historiar do Pombalinho poderá ser feita sem referenciar a inevitabilidade desta ligação secular que houve entre a familia Braamcamp Freire e o Pombalinho.







E foi pensando assim que criamos o espaço on-line http://baroes-almeirim.blogspot.com/ . Com a informação disponível, condensamos cronologicamente membros da família Braamcamp Freire com ligações ao Pombalinho, assim como, alguns seus descendentes directos.









De realçar também um outro espaço, acessível a partir do blog "Barões de Almeirim" e ao qual atribuímos o nome de "Fotos com Memórias". É todo ele composto de fotografias amávelmente cedidas pela escritora, jornalista da SIC e neta de Maria da Madre de Deus Amado Braamcamp Freire, Sofia Pinto Coelho e constitui uma maravilhosa viagem ao Pombalinho de outros tempos!


Fotografia retirada de "Fotos com Memórias"







06 outubro 2010

Tabernas




    Taberna do Diamantino Costa no ano de 1977/78. Reconhecem-se Júlio "Mosca", Diamantino Costa, João "da Guilhermina", Deolinda Borges e João Bernardino.







    Taberna do Gabriel na década de 1970. Reconhecem-se, Manuel Ramos, Manuel Cavaco, José Cachado, Nicolau Mogas, António da Piedade, João Serra e Gabriel Joaquim.



    As tabernas não eram só lugares frequentados por quem procurava saciar a sede à volta de uns bons copos de vinho. Eram locais também onde muitos se encontravam depois de terminado mais um árduo dia de trabalho.
    Nas tabernas criavam-se ambientes propícios à conversa. Os mais diversos problemas que afectavam a vida de quem dela fazia uma luta do quotidiano, eram discutidos e julgados por quem se achasse capaz de fazer prevalecer as suas ideias. A situação do país, a rigidez nas relações de trabalho ou até mesmo pequenos desaguisados que sempre acontecem em qualquer comunidade, entravam com toda a naturalidade na lista dos temas mais recorrentes.

    Entre uns copos de vinho com um bocado de "conduto", descarregava-se a dureza da vida e no limite tentava-se esquecer ou mesmo apagar alguns caminhos erradamente trilhados. As amarguras eram desveladas na busca de uma qualquer compensação solidária de entre os presentes, e as alegrias alegremente festejadas à volta de mais uma rodada de vinho. Por fim, já depois do corpo ter dado sinais de divórcio com o cansaço e o espirito ganho para mais um dia de trabalho, tinha chegado a hora da despedida! Lembremo-nos a propósito, do Chico Bispo, do Diamantino Costa, do Zé Guilherme, do Chico Minderico, do Manuel Gregório, do Hermínio Minderico, do Zé Narciso, do Chico Pardal, do Gabriel Joaquim, do Manuel Frade ou do Rui Borges. Eram assim as tabernas! Alternativas ou simplesmente refúgios, ao caminho directo entre a rudeza dos campos do Pombalinho e a rotina do lar.



    Colaboração fotográfica de Victor Costa e Júlio Gabriel
    Pesquisa de Bruno Cruz
    Texto de Manuel Gomes




    27 setembro 2010

    Retratos XX !






    Curiosa fotografia tirada na EN365, a pouca distância da entrada sul do Pombalinho! Esta estrada sempre foi um local convidativo a alegres passeios que terminavam normalmente na zona circundante da velhinha ponte de Fernão Leite! Míudos e graúdos, nessas longínquas tardes de domingo, não perdiam uma bela tarde de sol para escaparem um pouco à azáfama de uma aldeia em franca ascenção social.

    Neste alegre e divertido grupo reconhecem-se, nos adultos, a Maria Laura Cachado e a Olímpia Borges. Nas crianças, O Victor Reis, a Graça Cachado, Maria Eugénia Menezes, Isabel Cachado, Cristina Cachado, Margarida Cachado e Teresa Cachado.




    Colaboração fotográfia - Victor Reis







    24 setembro 2010

    Cheia de 1966




    Cheia no Carnaval de 1966.




    Colaboração fotográfica - Victor Costa
    Pesquisa - Bruno Cruz

    Nota - Esta imagem encontra-se inserida no blog temático Cheias no Pombalinho







    16 setembro 2010

    Retratos XIX !






    Ernesto Hilário, Francisco Duarte e Francisco Cruz.




    Colaboração de Mª Luísa Narciso e Bruno Cruz






    08 setembro 2010

    Júlio Freire!






    Pelos caminhos intermináveis e curvos da internet, somos por vezes agradávelmente surpreendidos com textos que dificilmente imaginaríamos vir a encontrar. É o caso do que hoje publicamos, da autoria de José Bray, retirado do blog intitulado "Bray". Tem a particularidade de nele ser referenciada uma interessante passagem de vida do nosso bem conhecido conterrâneo, Júlio de Conceição Freire. 
    Como muitos de nós sabemos, Júlio Freire foi uma daquelas personalidades carismáticas do Pombalinho. Ao recordarmos nele aquele ar de quem muito pensava da vida, transparecia a quem com ele se cruzava, que ela, a vida, lhe causava algumas apreensões. Homem de ideias firmes, era possuidor de uma cultura acima da média, se tivermos em consideração o meio social de uma aldeia como o Pombalinho! Mas acima de tudo era um crítico da vida, da vida que ele não gostava! Muito boa gente achava-o por isso, rezingão! Mas ele lá tinha as suas razões! 

    Quem com ele teve o privilégio de conviver, nem que tivesse sido por breves momentos, aprendeu sempre algo que em mais lado nenhum se ensinava! Era pessoa de poucas palavras, imbuído por vezes de um certo afastamento social, não facilitando por isso o diálogo. Mas naquela noite de verão, não sei o que lhe passou pela cabeça e quando eu vinha do Chico Minderico, depois de assistir a mais um serão televisivo, chamou-me e disse-me: "Oh Calvaria, chega aqui para te mostrar uma coisa"! Foi dentro de casa e pouco tempo depois quando regressou, trazia um livro grosso e com sinais já de algum uso! Abriu-o para eu ver e disse-me: "Vês, aqui podemos saber muita coisa da história do mundo!!!" Fascinado pelo que os meus olhos contemplavam, pude observar pela primeira vez um Dicionário Ilustrado !

    Bem, mas vamos lá ao texto de José Bray, depois desta pequena deriva em memória, também ela, de Júlio Freire.
    Começa então assim:



    Fonte -    Bray 









    Depois da publicação deste texto de José Bray, recordei-me que também neste mesmo contexto, apoio a Humberto Delgado e prisão em Aljube, já Guilherme Afonso a Júlio Freire se tinha referido numa resposta a uma carta que então lhe dirigi no ano de 2004.
    Assim me escreveu o nosso amigo e conterrâneo, a 21 de Junho desse ano:

    "Diz o Manuel Gomes, ao referir-se ao Júlio Freire (aí está, entre si e ele, um dos tais encontros que o acaso proporcionou e que o meu amigo soube valorizar), que ele foi, e é, uma referência do Pombalinho. Como é natural, já o foi mais do que é, porque os anos vão passando e as referências vão-se esbatendo. Sabe que o pai dele (também Júlio, se não estou em erro) foi (e falo mesmo só no passado. Quem é que, hoje, se lembre dele?) uma referência ainda maior que a do filho? No meu tempo e no Pombalinho não havia ninguém que sequer se lhe aproximasse em conhecimentos. E, além do mais, gostava de ensinar e fazia-o gratuitamente. O meu pai (e não só ele, julgo eu), já ao chegar à idade adulta, aprendeu com ele a ler. Curiosamente, só a ler. E só a ler letra impressa - jornais e livros. Mas lia muito bem. No entanto, a escrever apenas aprendeu a rabiscar o nome, que era José dos Santos, e não José Afonso. Afonso era o nome próprio do pai dele, meu avô que não conheci.

    O Dicionário Ilustrado do Júlio Freire de que o meu amigo fala era o "Dicionário Prático Ilustrado Lello", da Editora Lello & Irmão, que eu também folheei algumas vezes e de agora possuo uma edição de 1989.

    Sabe que em 1989 o Júlio Freire não pode votar? Realizaram-se nesse ano eleições para a Presidência da República em que o candidato da Oposição era o General Humberto Delgado, de cuja candidatura o Júlio Freire era o delegado no Pombalinho, e creio que também o meu primo Joaquim Correia dos Santos (o Canca). E creio que também a ambos (ao Júlio Freire, de certeza) a PIDE recolheu para o Aljube antes do dia das eleições e lá os manteve durante pelo menos três meses."



    Nota - A foto de Júlio Freire foi gentilmente cedida por José Bray. 







    25 agosto 2010

    Cinco anos de vida do "Pombalinho" !!!





    Faz hoje cinco anos que o "Pombalinho" foi criado!

    É frequente nestas datas de referência, olharmos para o que foi feito, numa perspectiva de sabermos se os resultados conseguidos correspondem efectivamente às expectativas do projecto então iniciado!
    Quando o "Pombalinho" nasceu, a ele estava inerente uma indisfarsável humildade no que dizia respeito ao seu futuro! A motivação passava, não muito mais do que pela pretenção de gerir um espaço on-line onde com publicações de fotos ou outros documentos históricos se pudesse relembrar, ou quanto muito não esquecer, o que foi o Pombalinho!

    Ao olharmos para o que existia antes de 1995 e para o que nos é hoje oferecido em matéria de divulgação sobre o Pombalinho, entendemos que esta janela (ou janelas, se quantificarmos os blogs temáticos) que abrimos, fruto da criação deste blog e na qual nos fomos habituando a espreitar as mais variadas publicações sobre as gentes da nossa terra, permitiu-nos de facto ir ao encontro de um dos grandes objectivos a que nos propusemos no ano de 2005, que foi, saber de acontecimentos e pessoas que tivessem marcado indelevelmente a história da vida colectiva desta nossa secular aldeia ribatejana.

    Por isso ao escrevermos aqui sobre temas que nos são tão queridos, como o teatro, o futebol, os ranchos folclóricos, as bateiras, as escolas primárias, etc..., referenciamos mais de 700 pessoas nossas conterrâneas, em registos de mais de 440 fotografias e 60 documentos! E ao fazê-lo suscitamos uma saudável comunicação intergeracional das gentes do Pombalinho, dando assim cumprimento a outra das grandes razões que motivou a criação deste espaço.

    Numa serena reflexão, possível hoje de ser feita, sobre tudo o que publicamos nestes cinco anos de vida deste blog, achamos que os resultados alcançados podem-se considerar francamente positivos!
    Na verdade, foi muito gratificante termos dado a conhecer, por exemplo, a imensa actividade teatral que existiu no Pombalinho ao longo de mais de cinquenta anos, o brio com que aqueles rapazes que jogaram no velhinho e saudoso campo de futebol das Ónias em representação do nosso Vera Cruz , da relação familiar do Barão de Almeirim , testemunhos fotográficos inéditos sobre a visita de Nossa Senhora Fátima ao Pombalinho e por último, (muitos outros mais mereceriam igual destaque nesta pequena abordagem), aquele que maior prazer nos deu na sua publicação! Não pela personalidade em causa, porque todas nos merecem o devido respeito, como é óbvio, mas tão só, pelo trabalho de pesquisa em que nos envolvemos e que culminou com a abertura ao público do respectivo blog a que demos o nome de Barão de Pombalinho . Chegou a ser mesmo emocionante, tais as descobertas que fomos fazendo de António de Araújo Vasques da Cunha Portocarrero, nomeadamente no Arquivo Histórico Militar, no Arquivo do Arco do Cego, no cemitério dos Prazeres ou na Torre do Tombo! Mas no fundo é isto que nos move! Ao termos abraçado esta apaixonante aventura e do querermos saber mais de nós, levou-nos ao que é hoje o "Pombalinho" e para nosso orgulho, ao alcance de qualquer cidadão do Pombalinho ou do mundo!


    Por fim, um agradecimento especial a todos, sem excepção, que contribuiram e tornaram possível a existência do "Pombalinho"! Não era imaginável aqui termos chegado e nos mantido em permanente edição ao longo destes cinco anos! Pela vossa estimável participação, os meus agradecimentos!!!



    Nota - Este texto foi escrito  em 02 de Agosto de 2010..





    04 agosto 2010

    Costureirinhas!



    Costureiras, bordando peças para os seus enxovais!!!


    Estávamos em finais dos anos sessenta e esta tradição de criar algumas peças de lavores (ou outras) que fossem incluídas no enxoval das futuras noivas, ainda era coisa que se mantinha entre as moças do Pombalinho!

    Recordando este grupo, reconhecemos da esquerda para a direita: Lurdes Gomes, Clementina Duarte, Evangelina Barros, Maria Júlia, Maria dos Anjos, Maria Eugénia. A menina da esquerda é a Manuela Justino sendo a outra não identificável.



    Para outros enxovais, clique aqui 


    Colaboração fotográfica - Miguel Costa
    Pesquisa - Bruno Cruz





    27 julho 2010

    Trabalhos de ontem II





    Uma das actividades agrícolas que foi grande empregadora de mão de obra feminina, era a ceifa de cereais. O rancho normalmente constituído por três ou quatro homens, completava-se em quantidade, pelo triplo ou quádruplo de mulheres.

    Os homens de gadanha em punho cortavam a palha dos cereais, que depois a um ritmo de trabalho que não desse lugar a demoras ou embaraços, passavam às mulheres a àrdua tarefa de fazerem os molhos para depois mais tarde serem transportados para a eira mais próxima.

    Era um trabalho duro para as mulheres, como os demais executados no campo, mas este com a particularidade de ser todo ele feito à custa do esforço manual e em condições climatéricas por vezes dificilmente suportadas.


    Também por estes tempos, as debulhadoras e as enfardadeiras mecânicas que viriam a revolucionar por completo a colheita dos cereais, ainda não tinham chegado aos campos agrícolas do Pombalinho!


    Colaboração fotográfica – Miguel Costa
    Pesquisa – Bruno Cruz



    22 julho 2010

    Altar para a Igreja!


    A propósito dos grandiosos festejos que se realizaram em Pombalinho no ano de 1919 e aos quais já aqui fizemos referência , existe um simbólico documento que pelo seu significado, justifica que dele tomemos conhecimento, pois configura uma vontade manifestada de toda a comunidade católica do Pombalinho na aquisição de um altar para a igreja Paroquial!


     Foi subscrito por uma comissão, formada para o efeito, que se propôs a realizar uma "quermesse" na Alverca de Fernão Leite e utilizar o seu produto para o fim em vista!











    Colaboração documental - Joaquim MB Mateiro



    17 julho 2010

    Classes da Escola Primária!





    Fotografias de classes da Escola Primária do Pombalinho (hoje Escola Básica) é um tema em permanente actualização! A sua visualização encaminha-nos para tempos da nossa mais pura e singela juventude!Iniciava-se o primeiro ciclo escolar e com ele a elementar aprendizagem que nos conduzia a outros voos, quer para níveis de ensino superiores, quer na escolha mais tarde de uma profissão justificadamente qualificada.

    Hoje inserimos no blog criado para o efeito [ Escola do Pombalinho mais duas classes. Uma referente ao ano lectivo de 1984/85 e outra de 1985/86.

    Para consulta das classes que frequentaram a Escola Nova clique AQUI

    Para consulta das classes que frequentaram a Escola Velha clique AQUI



    Colaboração de Miguel Costa e Bruno Cruz






    11 julho 2010

    Retratos XVIII !







    Um grupo de "pombalinhenses", numa pausa que fizeram durante as obras de restauro de uma habitação! Estávamos por volta dos anos quarenta do século passado. 
    Da esquerda para a direita, Duarte Cruz, Abel Júlio, Francisco Duarte, João Barbeiro e Manuel Bacalhau.


    Colaboração de Mª Luísa Narciso e Bruno Cruz




    05 julho 2010

    Férias no Pombalinho!





    "Suponho que teria de ser assim. Só voltei a Águas Belas vinte e cinco anos depois de pela última vez ter atravessado o portão da casa que o meu avô mandara edificar, na década de 1920, com o dinheiro ganho na exportação de madeiras.


    … Depois de um momento de alguma emoção, passado debaixo de uma laranjeira, entrei na velha casa. As salas parecerem-me mais pequenas do que a memória registara. Mas, apesar de o fogão a lenha, o ferro a brasas e a gaiola com víveres terem desaparecido, o cheiro era o mesmo. E a máquina de coser Singer, a mesa dos engomados e as flores pintadas a óleo pela tia Maria tinham escapado ao zelo modernizador dos descendentes.







    … Em 1962, as férias grandes foram passadas em casa de uns amigos espanhóis descobertos num campo de pólo em Inglaterra. No ano seguinte, casava. Águas Belas iria ser substituída por outra aldeia, situada um pouco abaixo. Paradoxalmente, aquilo de que agora precisava era de solidão. E essa havia-a, em abundância, no casarão do Pombalinho. Entre os meus dois filhos, suficientemente tenros para adorarem o campo , entretive-me a ler a correspondência, terna e pragmática, que Manuel Freire, o primeiro barão de Almeirim, enviara a sua mulher, Luísa Braamcamp, irmã do futuro líder do Partido Progressista. Mas não foi isto o que de mais importante ali aconteceu. Pela primeira vez, tive oportunidade de reflectir a sério sobre o que queria da vida.


    … Na semana passada, decidi voltar à região. Não ia em busca de raízes, espalhadas entre Felgueiras e as Caldas, o Pombalinho e Londres, Lisboa e Oxford. Ia como turista, de "Nikes" nos pés e máquina fotográfica na mão. Embora pouco familiarizada com o IP, consegui chegar a Santarém. Ainda hesitei em ir ao Pombalinho . Mas, morta a Evangelina, retirados os móveis, crescidos os filhos, a deslocação não fazia sentido. Fui visitar antes o Museu Braamcamp Freire, o palácio pertencente ao par do Reino que, em 1907, num ataque de fúria com D. Carlos, decidira aderir ao Partido Republicano. Este filho dos donos do Pombalinho morreria sem deixar descendentes, estipulando, no testamento, que a casa deveria ser transformada em museu. "


    Excerto do capítulo, Na terra dos meus avós, retirado do livro "Passaporte" da autoria de Maria Filomena Mónica.

    Nota - Maria Filomena Mónica esteve casada com Carlos Braamcamp Freire Pinto Coelho, filho de Maria da Madre de Deus Amado Braamcamp Freire e neto de Carlos Braamcamp Freire, 4º barão de Almeirim. 
    Excerto do capítulo, Na terra dos meus avós, retirado do livro "Passaporte" da autoria de Maria Filomena Mónica.


    Nota - Maria Filomena Mónica esteve casada com Carlos Braamcamp Freire Pinto Coelho, filho de Maria da Madre de Deus Amado Braamcamp Freire e neto de Carlos Braamcamp Freire, 4º barão de Almeirim. 





    29 junho 2010

    Braz Ornellas Infante da Câmara





    Braz Ornellas Infante da Câmara, filho de Manuel Ornellas Infante da Câmara e de Maria dos Anjos Gonçalves, nasceu em 06 de Março de 1881 na Quinta da Mata do Almoxarife em São Vicente do Paúl.








    Braz Ornellas com sua esposa Hermínia Infante da Câmara e as suas netas, Isabel Maria Antunes Infante da Câmara   e Maria Helena Infante da Câmara Lázaro Costa.






    Foi um destacado proprietário agrícola na região onde nasceu, tendo trabalhado mais de quarenta anos para a Federação Nacional dos Produtores de Trigo.









    Estabeleceu no Pombalinho durante cerca de vinte anos, por volta da década vinte e/ou trinta do século vinte, uma representação da empresa "Vacuum Oil" , localizada na rua Hilário José Barreiros. Esta empresa tinha como finalidade a comercialização de óleos, máquinas agrícolas e carvão.
    Colaborou com o então designado Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos (hoje, Museu Nacional de Arqueologia), na autorização de exploração da necrópole da Quinta da Mata do Almoxarife, em São Vicente do Paúl.

    Braz Ornellas foi o regedor do Pombalinho durante muitos anos. No tempo do racionamento provocado pela Segunda Grande Guerra, era ele que distribuía na sua casa de habitação, na rua Hilário José Barreiros, as senhas* de racionamento à população de Pombalinho.

    *Da II Guerra Mundial havia senhas de racionamento para os bens de primeira necessidade (açucar, arroz, massa etc). Cada família, em função das pessoas que constituiam o agregado familiar, recebia, mensalmente, senhas com que podia fazer compras nas lojas tradicionais. Algumas famílias negociavam essas senhas. (Texto daqui )
    Braz Ornellas e sua irmã, Alice Ornelas Infante da Câmara, eram sobrinhos (a Alice também afilhada) de Carolina Infante da Câmara e residiram ambos no edifício onde hoje está sediada a Junta de Freguesia do Pombalinho.


    Braz Ornellas faleceu na sua casa em São Pedro - Santarém, no dia 13 de Julho de 1966, tendo sido sepultado no Cemitério dos Capuchos da mesma cidade.






    
    Alice Ornelas Infante da Câmara




    Alice Ornellas Infante da Câmara esteve casada com   Júlio José Barreiros  , de quem teve cinco filhos: Júlio da Câmara Barreiros, Maria Emília Câmara Barreiros, Hilário José Câmara Barreiros, Hilária Catarina Câmara Barreiros e Alice Carolina Câmara Barreiros.


    Nota - Todas as fotos e respectiva informação foram gentilmente cedidas por Maria Helena Infante da Câmara Lázaro Costa, neta de Braz Ornellas.



    Colaboração e pesquisa - Bruno Cruz
    Colaboração - Guilherme Afonso



    23 junho 2010

    As Memórias de José da Cruz Moura Fonseca












    Nota - Este texto foi extraído das "Memórias" do Almirante José da Cruz Moura Fonseca. Este oficial da Marinha nasceu em Santo Estevão, concelho de Sabugal, em 14 de Outubro de 1913 e faleceu em Lisboa a 07 de de Agosto de 1998. Era filho de João José da Fonseca. 


     

    Colaboração documental - Joaquim MB Mateiro