28 dezembro 2006

Fim de Ano de 2006





Para muitos homens e mulheres de hoje do Pombalinho, elas foram as Professoras . Com as senhoras Verónica da Silva Nunes e Maria José Martins Simões, muitos Pombalinhenses aprenderam a juntar as primeiras letras e a fazer as diversas operações aritméticas.

É comum fazer-se no final de cada ano o balanço do que foi realizado em função de um determinado planeamento ou objectivo devidamente programado. Há no entanto desempenhos e actividades que estão longe desta lógica de avaliação perante o que foi ou não feito, ou até mesmo se houve como agora se diz, resultados positivos na criação do projecto concebido!

 É por isso que decorridos que são estes catorze meses desde a criação das duas páginas dedicadas ao Pombalinho, que emerge de mim uma sensação de felicidade e simultaneamente uma enorme gratidão, por reconhecer que afinal houve uma correspondência àquilo que eu sempre achei ser preponderante para que a ideia vingasse! Colocar  os Pombalinhenses a falar e discutir a sua terra, de modo a darem vida à história do Pombalinho e muito em particular ás vidas das suas gentes, foi a ideia  germinadora deste projecto!

Passado este tempo de expectativa, devo reconhecer que houve um responsável primeiro para que tudo isto tivesse acontecido...!!!  Escrevia eu tímidas palavras na net com o intuito de registar qualquer coisa sobre o Pombalinho, quando certo dia recebo um mail de um senhor chamado Guilherme Afonso a residir em Maputo, perguntando-me quem era e que ligação eu tinha àquilo que escrevia. È claro que preparei um resposta quase instantânea e a partir daí tornamo-nos correspondentes assíduos de ideias e experiências, mas acima de tudo, conterrâneos conhecidos e grandes amigos.   Mas logo em mim uma ideia se instalou: porque não criar um espaço na internet que permitisse aos Pombalinhenses que por razões várias se desligaram do Pombalinho, recuperarem nas memórias publicadas a identidade das suas origens porventura um pouco esquecidas e também  tomarem conhecimento do que  de mais relevante fosse acontecendo na nossa terra?

E foi assim que nasceu o Pombalinho em 25 de Agosto de 2005 e mais tarde o Pombalinhense em 11 de Outubro do mesmo ano. Mais uma vez Guilherme Afonso foi de uma importância inquestionável neste compartilhado arranque dos nossos espaços on-line, quer ao nível dos incentivos simpaticamente endereçados mas também no envio de fotografias que fazem inevitavelmente parte da história do Pombalinho. Mais recentemente o Fernando Leal e a Teresa Cruz foram igualmente inestimáveis na colaboração que se dignaram prestar a esta bonita caminhada iniciada em 25 de Agosto de 2005.

Hoje recordo o quanto foi grato receber do Paulo Grais a primeira reacção via mail [...parabéns pelo excelente trabalho na divulgação da nossa terra... porque também me considero do Pombalinho, apesar de ter nascido em Lisboa. Toda a minha família tem origem no Pombalinho e para mim é a minha terra.] ou da Tânia Martinho, um pouco depois [...É certo que muitas vezes, só quando se está longe é que nos recordamos das nossas raízes e agora que tenho uma filhinha faço questão de lhe dar a conhecer a história da minha terra e este espaço será concerteza de eleição para reler crónicas e excertos de documentos que há muito não saboreava.] ou ainda da Ana Gais [... alegria e nostalgia foram os sentimentos que me assaltaram na última visita que fiz ao site e quando li acerca do Páteo do Neto, pois o meu pai nasceu numa casa que ainda se encontra nesse largo...] ou do José Luís [... sou filho dessa linda terra que se chama Pombalinho... neste momento moro em Beja e venho manifestar a grande alegria com que fiquei quando encontrei este blogger...] ou também da Maria Eugénia Hilário [... Peço desculpa, pode dizer-me se é do Pombalinho para tão bem escrever sobre o mesmo e os que nos são tão queridos? Parabéns !] e por último da Teresa Cruz [...Visitei pela primeira vez as tuas (nossas) memórias. Parabéns pela iniciativa. Deves imaginar como fiquei emocionada ao ver a foto de casamento dos meus pais. Obrigada ( até pela lágrima que teima em correr pelo canto do olho).]

Estas são algumas das manifestações que os meus conterrâneos tiveram a amabilidade de me presentear durante esta ainda curta vida do Pombalinho e do Pombalinhense , a todos vocês, Alexandre Martinho, Ana Grais, Fernando Leal, Guilherme Afonso, João Condeço, Joaquim Mateiro, Jorge Dias, José Luís, Liliana Figueiredo, Maria Eugénio Hilário, Paulo Felisberto, Paulo Grais, Tânia Martinho e Teresa Cruz, o meu obrigado pelas colaborações prestadas mas também por terem com as suas presenças nestes dois espaços, alimentado a alma e a vida nesta apaixonante caminhada em prol do nosso Pombalinho.

Desejo-vos a todos um Feliz Ano Novo.


Serigrafia_Serrão Faria






20 dezembro 2006

Natal 2006







A todos os meus conterrâneos, principalmente com os que de mais assíduamente tenho contactado na construção deste espaço do nosso Pombalinho, desejo-vos um Bom Natal e um Ano Novo muito Feliz.




19 dezembro 2006

As Professoras







Elas conseguiram ser uma referência no ensino da Instrução Primária na nossa terra e como este espaço se orienta primordialmente por enaltecer o positivismo das obras e das pessoas, aqui se regista em forma de contributo, para a história do Pombalinho, a publicação de uma cerimónia de homenagem na qual estas duas professoras foram agraciadas no ano de 1962.

Na foto e da esquerda para a direita, Verónica Nunes, Joaquim Felisberto, Francisco Cruz, Maria José, Maria do Carmo e Aníbal Condeço.



Colaboração Fotográfica e de Texto_ Teresa Cruz









18 dezembro 2006

António Martinho




António Martinho nasceu a 29 de Novembro de 1923, na freguesia do Reguengo do Alviela. Era filho de Gualdino Martinho e de Soldade Maria. A sua família era pobre, vivendo do trabalho do campo e da venda de alguns animais domésticos. Sempre foi um homem lutador, trabalhando desde muito cedo nas lides do campo e para um dos grandes lavradores da altura, Nuno Infante da Câmara. Por volta dos 20 anos é chamado para cumprir o serviço militar, onde esteve durante algum tempo destacado no arquipélago dos Açores.











De regresso à terra natal celebrou casamento com Gertrudes Ludovino dos Santos, do qual tiveram dois filhos.

Em finais da década de sessenta, com a vida um pouco já estabilizada e os filhos já um pouco crescidos, decidem abandonar o Reguengo e irem viver para a freguesia do Pombalinho.

 Nesta terra, construíram uma habitação e adquiriram algumas pequenas propriedades das quais cultivando principalmente de tomate e melão empregaram um grande número de pessoas, quer elas fossem do Pombalinho, Azinhaga ou até mesmo do Reguengo. António Martinho veio a falecer vitima de doença prolongada, em Julho de 2003.


Colaboração Fotográfica e de Texto_ Alexandre Martinho





12 dezembro 2006

Corte da verga em 1948!




Como este espaço é feito de memórias, consideravelmente influentes na história do Pombalinho, insere-se com todo o mérito nesta lógica de percurso, a fotografia hoje publicada. 

Nesse longínquo ano de 1948, fábricas de vidro da Marinha Grande compraram nas zonas de percurso dos rios Alviela e Almonda, mais própriamente nas localidades de Reguengo do Alviela, Pombalinho, Alcanhões, São Vicente do Paúl, Pernes e Torres Novas, tudo o que era verga de salgueiro e de vimieiro para o empalhamento de garrafões. Os patrões dessa região considerada, o maior centro da Indústria Vidreira do país, delegaram em Joaquim Saúde ( natural de São Vicente do Paúl mas a residir no Pombalinho juntamente com seus irmãos Ezequiel e Maria Saúde) a contratação de pessoal do Pombalinho para o corte e execução do trabalho nas povoações acima referenciadas.

 Num terreno localizado em Reguengo do Alviela, propriedade de Veríssimo Abadeço e onde parte deste serviço foi executado, podem-se identificar nesta fotografia os que tiveram ao fim de quase sessenta anos, uma inesperada e pública contribuição para a história do Pombalinho, ou se quisermos, para a nossa história. Assim sendo, da esquerda para a direita, Manuel Grais, António Maria Duarte, José Afonso, Joaquim Duarte, Izidoro Duarte, mulher de Verissímo Abadeço, Veríssimo Abadeço e Francisco Cavaco.



Fotografia_Guilherme Afonso
Texto _Guilherme Afonso e Manuel Gomes 






05 dezembro 2006

Classe Primária de 1942





Este documento fotográfico contribui com toda a certeza para uma crescente valorização deste espaço, que se quer que seja, um pouco da história do Pombalinho. A gentileza que propiciou esta publicação é de Teresa Cruz e segundo suas próprias palavras, esta fotografia,  registada na escadaria de entrada onde hoje está sediada a Junta de Freguesia e o Posto de Saúde, refere-se a uma certa 2ª classe da Instrução Primária do ano de 1942.


Um olhar mais atento, permite-nos descobrir curiosidades bem interessantes sobre esta histórica classe da Escola Primária do Pombalinho. Com efeito, este grupo vestido à Mocidade Portuguesa e chamado ocasionalmente de “Pistoleiros”, participou num teatro infantil realizado no celeiro da Escola Velha, onde interpretou uma canção da autoria da Professora Maria José e com acompanhamento musical ao piano da D. Tinita ( irmã da D. Branca Menezes) . A letra da canção foi a seguinte:


Vejam as nossas pistolas,
são tubos de sabugueiro.
As balas são pobres bolas,
feitas de linho grosseiro.

Olhem, se estão com receio
de alguma bala perdida,
vai haver novo tiroteio
não fica ninguém com vida!

- Soldados!Apontar!Descarregar!Fogo! (gritava o chefe de turma, António Albano)

Mas não morrem...pois não morram,
que o nosso fogo não mata.
Toca a fugir, não nos corram,
os marotos à batata!

Toca a fugir, a correr, e salve-se quem puder.

A fugir... A correr... E salve-se quem puder!


Colaboração Fotográfica e de Texto _ Teresa Cruz e Francisco Cruz