A
inexistência de uma rede viária acarreta múltiplas dificuldades para a vida de
quem dela necessita. Entre nós, esta realidade tardiamente foi levada a sério,
prejudicando o país e atrasando claramente o seu natural desenvolvimento
regional. Em Maio de 1853 deu-se início à construção da linha de caminho de
ferro, mais tarde denominada por Linha do Norte, a partir de Lisboa e em
Novembro de 1862 já chegava ao Entroncamento. Em finais do século dezanove a
mobilidade de pessoas e bens entre o Pombalinho e Santarém era feita quase
exclusivamente com recurso ao transporte ferroviário! A este propósito e
socorrendo-nos do jornal Correio da Extremadura, vale a pena referenciarmos
três notícias publicadas nas edições de 17 de Setembro de 1898, 25 de Março de
1899 e 27 de Maio de 1899.
A primeira relata um grave acidente ocorrido com o Barão de
Almeirim quando esta personalidade se deslocava de comboio, precisamente pela
Linha do Norte, com destino ao Pombalinho.
E a segunda, passados apenas uns meses, é sobre as Festas anuais
da mesma localidade que tinham como objectivo e necessidade urgente, a
angariação de proveitos para o custeio da conclusão da estrada que liga esta
terra à cidade de Santarém, de forma a possibilitar o trânsito de veículos.
Poderá
não tratar-se de pura coincidência, a cronologia destes dois acontecimentos que
mereceram destaque no referido semanário ribatejano!
A comissão de honra das Festas era constituída pelo Barão de
Almeirim (e não do
Pombalinho como refere o jornal, pois esta ilustre personalidade faleceu em 10
de Maio de 1855), António Albano da Silva Nunes, João Salvador
Pinheiro, Carlos Albano Nunes, Manoel José Barreiros, Joaquim Adrião e António
Duarte.
Pesquisa documental de Bruno Cruz
Texto de Manuel Gomes