30 setembro 2008

Costureiras I





Sempre que se fala de Ema Correia Braga é incontornável não associá-la ao ensino de várias gerações de raparigas que passaram pela sua mestria na arte de corte e costura. Na verdade, ela foi a mestra! Aquela onde todas as moças queriam iniciar a aprendizagem de corte e costura na manufactura dos mais sofisticados e variados vestidos de senhora. E para muitas raparigas do Pombalinho, ir para a Ema Braga foi a saída possível para a uma profissão que serviu de alternativa aos trabalhos do campo, pois que nesses tempos, o ensino escolar para além do nível obrigatório, ainda estava de acesso difícil a muitas das mulheres do Pombalinho!
 Já nos referimos neste espaço a um dos grupos de raparigas que usufruíram dessa possibilidade e hoje temos o privilégio de publicar porventura, o primeiro de entre outros que aprenderam  a arte de confeccionar roupa por medida.

Nesta foto registado por volta do ano de 1958, podemos reconhecer da esquerda para a direita Maria Adelaide Leal, Deolinda, Ema Braga, Hilária Cordoeiro, Ema Minderico, Rosa Romão, Evangelina Barros, Maria Alice e ao centro uma menina de seu nome, Milai.


Colaboração fotográfica de José Assunção



24 setembro 2008

Rua Barão de Almeirim em 1996!







Esta bonita imagem da Rua Barão de Almeirim bem poderia ser integrada numa eventual colecção de postais ilustrados do Pombalinho. É um registo da artéria principal da aldeia, centrado no histórico Palacete onde a família Braamcamp Freire viveu durante muitos anos e o então frondoso pátio da Abegoaria, doado à Junta de Freguesia do Pombalinho, em 05 de Outubro de 1981, pelos filhos de Maria da Madre de Deus Amado de Melo Braamcamp Freire, Baronesa de Almeirim.

Retirado de uma importante e vastíssima colecção que Teresa Cruz vem publicando no seu blog temático, este postal bem merece que o utilizemos de porta de entrada para uma visita a este dedicado trabalho que recentemente atingiu a sua milésima postagem.


Colaboração no texto – Joaquim MB Mateiro




22 setembro 2008

Cartões de identidade!


A utilização dos cartões de identificação sempre foi uma prática muito usual no reconhecimento dos cidadãos perante as mais diversas instituições que os emitem. Desde os sempre presentes BIs, passando pelos referentes à inscrição de associados nas muitas colectividades desportivas, até aos escolares, os cartões foram e são elementos identificadores imprescindíveis no dia a dia das populações. Porém, o tempo não lhes reservou imobilismo perante o desenvolvimento natural da vida e também eles se foram renovando em função do desafio que a sociedade lhes impôs. Aliciarmo-nos na contemplação de alguns que o tempo se encarregou de arquivar nas nossas memórias e que serviram a cidadãos pombalinhenses, é o que hoje vos proponho!






Cartão de identidade de João Nunes, como Tesoureiro da Junta de Freguesia do Pombalinho no ano de 1960.









Cartão de identidade de Júlio Gabriel dos Santos, como sócio efectivo da Casa do Povo do Pombalinho no ano de 1965.





Colaboração documental de Joaquim MB Mateiro e Júlio Gabriel Santos.




17 setembro 2008

Atestado de pobreza!






Há documentos que pela sua especificidade ficam inexoravelmente ultrapassados no tempo, restando-lhes deste modo uma apenas cuidadosa preservação histórica! No entanto, merecem sempre de quem os pausadamente interpreta, uma leitura diferente daquela que esteve na origem da sua criação. É o caso deste que hoje publicamos! Uma Certidão destinada a isenção ou redução de custos na prestação de saúde a nível hospitalar, em que se justifica ser POBRE para que a essas condições excepcionais, haja direito. Era assim, no Pombalinho e no ano de 1955!


Colaboração documental – Júlio Gabriel









09 setembro 2008

Ponte Fernão Leite II


Já aqui neste espaço nos referimos à importância que a Ponte Fernão Leite teve na vida dos Pombalinhenses, servindo não só como passagem entre as duas margens da Alverca grande mas também no aproveitamento da sua zona envolvente para festejos anuais que se realizaram no Pombalinho em  Julho de 1919  . Nos últimos anos da sua existência serviu igualmente de pretexto a  passeios domingueiros para muitos dos jovens que por ali preenchiam algum do tempo que dispunham de  lazer e divertimento.







A publicação da fotografia que hoje aqui fazemos tem mais uma vez a inestimável participação de Fernando Furtado Barreiros. A propósito desta sua prestável colaboração, nunca  será demais referir que esta página adquire um nível histórico de publicação sobre factos e gentes da nossa terra,  notável. Jamais o teria conseguido se este "feliz encontro" não tivesse acontecido por intermédio do nosso  amigo Joaquim Mateiro. Na verdade sem estes pequenos tesouros da história do Pombalinho, era-nos de todo impossível preencher de forma tão enriquecedora este espaço sobre o caminho histórico do nosso Pombalinho.

Mas voltando à fotografia que se crê ser de 1911, segundo palavras do próprio Fernando Barreiros, nela ficaram registados o seu avô Júlio José Barreiros e seu pai Júlio Câmara Barreiros, então com 5 anos de idade. A leitura que nos é possível fazer desta invulgar imagem da Ponte de Fernão Leite, é que pelo estado de conservação dos pilares de assentamento do tabuleiro, poderemos concluir, não se tratar da sua construção original mas sim do resultado de uma acção destruidora a que foi sujeita, proveniente talvez de uma cheia com características devastadoras que por ali passou. Esta tese pode ser reforçada com a leitura de um texto da “Empreza da História de Portugal” que publicamos a 20 Março de 2007 e no qual se lê num determinado parágrafo que, “No sítio da Alverca ainda se podem ver os restos d’uma ponte que ali houve para serventia dos povos de Pombalinho e Reguengo, quando a cheia era grande. Esta ponte ainda hoje seria de reconhecida vantagem, e a respectiva câmara bem poderia sem grande sacrifício reconstruí-la, pois qualquer das citadas povoações contribui fartamente para as receitas municipaes.”


Paradoxalmente ou não e passados que foram cerca de cem anos, continuamos sentimentalmente a clamar pela sua reconstrução, como tive oportunidade de fazê-lo em consequência de uma passagem mais atenciosa que lhe fiz no passado 27 de Abril de 2008 !






04 setembro 2008

A carroça!






A carroça puxada por tracção animal foi um dos meios de transporte mais utilizados nas zonas rurais, onde a agricultura era de importância vital para o sustento das populações. Se nos reportarmos aos fins dos anos cinquenta em que a industrialização agrícola ainda dava os primeiros passos no seu desenvolvimento a ritmos bastante lentos, a carroça teve um desempenho muito importante no transporte de bens agrícolas provenientes do cultivo dos campos, na deslocação de pessoas para distâncias e caminhos nem sempre passíveis de serem percorridos a pé e até no cumprimento de tradições ligadas à inspecção militar, popularmente conhecida por "ida às sortes" .

Houve naturalmente neste meio de transporte um certo incremento ao nível dos materiais empregues na sua construção mas a grande evolução foi ao nível dos rodados, nos quais se transitou das rodas em madeira com aro em aço para as rodas pneumáticos, transmitindo estas um maior conforto aos passageiros e um menor esforço para a locomoção animal.

Nesta bem ilustrativa fotografia de 1953/54 sobre esses tempos outrora vividos, podemos reconhecer Gabriel Joaquim, seu filho Júlio Gabriel e sua esposa Albertina dos Santos.


Colaboração Fotográfica_ Júlio Gabriel