14 outubro 2017

Testamento de Carolina Infante da Câmara



Bruno Cruz:

"....Carolina Infante da Câmara, viúva de Dâmaso Maria Monteiro,faleceu no Pombalinho em 1900, era tia de Manuel Ornellas Infante da Câmara, pai da avó do meu primo Fernando Furtado Barreiros.

Em testamento deixou às viúvas mais pobres da freguesia a quantia de cinco mil réis.

Um seu irmão, Emílio Ornellas Infante da Câmara, teve um filho também chamado Emílio Infante da Câmara, que veio a casar, em 1876, com uma senhora de Vale de Figueira chamada Emília Augusta da Mota, filha de José da Mota Gaspar.

Os descendentes desse casal são os Infante da Câmara da Quinta de Alpompé, ou na Quinta do Castilho, em Vale de Figueira.
Mas, como já lhe disse ao telefone, o meu primo Fernando é que concerteza pode dar mais informações sobre essa sua parente.
Espero ter contribuído para o enriquecimento informativo do vosso blogue sobre o Pombalinho e felicito-vos pelo trabalho que estão a desenvolver.

Tenho pena é que não haja quem faça o mesmo sobre o Reguengo do Alviela, que é a minha terra...”

Com os meus cumprimentos,

Maria Isabel dos Reis Motta Antunes Mendes









Para Documento completo Clicar em Pombalinho Documental 








26 junho 2017

Festas no Reguengo do Alviela


Apesar de entre o Pombalinho e o Reguengo do Alviela existir uma certa distância geográfica, nunca por este motivo estas localidades estiveram longe uma da outra. Sempre houve uma relação de imensa proximidade na vida dos seus habitantes! No recurso a produtos e serviços então existentes no Pombalinho, com destaque ao nível da oferta para a antiga casa  Farol e oficinas de metalomecânica que serviam de apoio à actividade agrícola nesta zona do Ribatejo, propiciaram-se vínculos de partilha e boa vizinhança entre as duas populações. Com o tempo foram-se criando laços de afectividade intergeracionais e hoje genealógicamente existem muitos naturais do Pombalinho cujos ascendentes são de famílias oriundas do Reguendo do Alviela.

Relevante neste contexto foi também a construção da Ponte Fernão Leite, no ano de  1895 , concebida exactamente para melhorar a comunicação viária entre as duas margens da Alverca e em particular com destino a toda a zona envolvente do Alviela, no sentido de norte para sul.
Esta notícia publicada no “Correio da Extremadura” em 08 de Maio de 1897 é  um excelente exemplo do que acima pretendemos enaltecer. Inserida nas Festas do Reguengo do Alviela, realizou-se uma quermesse cuja  receita foi destinada à criação de um posto de socorros médicos no Pombalinho para os pobres das duas localidades! Tempos em que dar o braço em prol do bem comum, fazia necessariamente todo o sentido! 














01 junho 2017

Azulejaria no Concelho da Golegã



"O Projeto TRADIÇÃO E MODERNIDADE visa disponibilizar ao público, desde o cidadão interessado até ao especialista, coleções de informação únicas e inéditas sobre as tradicionais artes portuguesas de azulejaria e cerâmica, as quais fazem parte dos fundos da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.
Com este projeto, o investigador e o público em geral dispõem, reunido de forma estruturada e num único ponto de acesso disponível a todos na Web, de um conjunto de informação único e valioso. As indústrias culturais e de forma mais genérica todo o tecido empresarial português nesta área passam também a dispor de conteúdos que lhes permitirão, baseadas num forte conhecimento da TRADIÇÃO, encarar de forma inovadora a   MODERNIDADE ."
"A azulejaria, enquanto expressão maior de uma certa tradição e sensibilidade artísticas portuguesas, deixou e continuará a deixar múltiplos traços na sociedade portuguesa ao longo do tempo. De entre essa multiplicidade possível de traços, a Biblioteca DigiTile apresenta as coleções especiais sobre esta temática que fazem parte dos fundos da Biblioteca de Arte  da Fundação Calouste Gulbenkian, bem como estudos contemporâneos sobre essas coleções e, em geral, sobre as temáticas da Azulejaria e da Cerâmica Portuguesas."

Fonte -  Biblioteca de Arte 


Nota - Aos documentos gentilmente cedidos pela Drª Ana Barata da Biblioteca de Arte da Fundação da FCG, devidamente solicitados para efeitos de publicação neste blog, anexamos fotos dos locais referenciados de forma a permitir uma sua melhor identificação.  
Inventário e Estudos sobre Azulejaria da Colecção Santos Simões.

















Col. Santos Simões I Inventário da Azulejaria




Nota – Para publicação completa do inventário clicar   AQUI   








24 maio 2017

José da Costa Gaitas Júnior






A propósito da exposição de genealogia  que decorreu no Pombalinho, autoria desenvolvimento e muito trabalho do Bruno Cruz , vêm até mim recordações dum passado que queria recente mas que, pela inexorável lei da vida se irão começar a desvanecer ao sabor dos tempos. Para memòria futura estes pequenos apontamentos poderão reviver para alguns, momentos interessantes de figuras da nossa terra na génese popular das estórias das aldeias, algumas comuns, outras apenas com protagonistas diferentes mas que centenas de Avôs provavelmente contaram aos netos aquando duma visita ou no dia a dia de convívio familiar.

E porque me é muito querida e muito viva a sua Amizade, Amor e Carinho, recordo hoje José da Costa Gaitas Júnior, nascido a 11 de Novembro de 1885 e falecido a 25 de Julho de 1974! E que fez o favor de ser o senhor meu Avô,  Zé Gaitas.

Comerciante e pequeno lavrador, homem de tempera rija e exímio jogador do pau, tinha para grande irritação da senhora minha Avó (Sofia da Piedade Inácio da Costa (29 Set 1903 /12 Abr 1984) vários amores escondidos atrás dos balcões das tascas das redondezas e que davam pelo nome de tinto ou branco, tanto faz desde que não entornes....

Possuidor na época de um macho de origem austríaca, com mãos grandes como diziam na terra, atrelado a uma carroça, saía de manhã com produtos hortícolas frescos para a ronda habitual a que chamava “a venda”. Esse companheiro do seu dia a dia viria a ser conhecido pelo “Macho do Zé Gaitas” e que tinha para além da particularidade das mãos, uma outra que era a de parar sempre à porta de todas as tabernas, mesmo não precisando para o fazer de qualquer “ordem” ou sinal do meu  Avô!!!

Claro que mais copo menos copo, mais zaragata menos zaragata, o bom do nosso Avô lá chegava a casa sem dinheiro! E enquanto, depois de mais uma ronda, desemparelhava o seu fiel amigo, a senhora minha Avó, altiva e danada lá lhe perguntava:

-  José!!!

- Sim, Sofia....diga!

- O dinheiro da venda? É preciso pagar ao pessoal...

Coçando a cabeça com uma mão e o boné ou o chapéu na outra, o meu Avô retorquiu:

- Não há.....

- Não há???? Então os produtos que levou para vender?

- Pois, não há! É que todos me chamam Tio e à Família a gente não leva dinheiro, não é??!!!







Quando socialmente ou em termos de jornas as coisas não corriam bem na Aldeia, o Avô José costumava levantar a sua voz embargada pela emoção e encharcada pelo tinto, dizendo quadras um pouco avançadas e que requeriam alguma coragem, gozando e cerzindo nos seus conterrâneos mais abastados! De entre outras, uma que a Aldeia ainda recorda e que nos dá um grato prazer de a ouvir quando  percorro as ruas do Pombalinho é a seguinte: “Há quem come e não produz, há quem produz e não come! Há quem arrebenta a comer e há quem morre de fome!”

O álcool e este sentido de justiça social levou-o muitas vezes ao Governo Civil onde o senhor meu Pai o ia buscar depois de uma ou outra alteraçãozita que começava  à paulada e terminava ali.

Militar do corpo reservista, serviu em Artilharia de Costa onde aguardou embarque para a França, o que não veio a acontecer.

Outro episódio passou-se à porta dum cemitério com alguém que disputara com ele umas leiras de terra e se haviam desavindo. Aquando da sua morte barrou a entrada do féretro dizendo : “Aqui jaz a terra da igualdade, tanta soberba, vá pro chão, querias tanta terra e agora vais para o jazigo ??? Chão e terra para cima!” Acabou uma vez mais numa visita ao seu primo na Governo Civil.!!

Era assim o senhor meu Avô, o Zé Gaitas, que Deus o tenha em sua 
companhia.



        Textos da autoria de Victor Borges da Costa