Luís Fróis
Luís Duarte Fróis foi das pessoas cuja profissão era das mais
solicitadas no Pombalinho. A oficina de serralharia onde trabalhava e da qual
era proprietário, situava-se mesmo à entrada sul desta aldeia ribatejana, na
rua Barão de Almeirim.
Florindo, Luís Fróis, António
Afonso, Joaquim Cachado e José Alexandre.
Era frequente verem-se na rampa de terra batida, que servia de
acesso ás instalações, alfaias, charruas e uma variada quantidade de maquinaria
que então se utilizava nos trabalhos agrícolas à espera de vez para serem
reparadas. Também o fabrico de portas,
portões, tinas de transporte de uvas e tudo que tivesse a ver com a serralharia
agrícola, se fazia na velha oficina do mestre Fróis, como muitos carinhosamente
o chamavam. O barulho característico de martelar o aço na bigorna, depois deste
ter saído da forja ao rubro e em condições de ser moldado ao formato da peça
pretendida, era frequentemente ouvido por quem ali passava a caminho da antiga
escola primária ou numa ida à também antiga cada Farol, situada mesmo em frente
do outro lado da rua.
João Martinho, José Alexandre,
Luís Fróis, Joaquim Cachado e Rui Borges.
Alguns jovens, depois de terminada a escolaridade obrigatória,
passaram pela oficina do Luís Fróis onde deram os primeiros passos na
aprendizagem da profissão. Uns por ali ficaram e se fizeram homens, outros
acabaram pela escolha de novos rumos que fossem mais de acordo com os seus projectos
de vida.
Mas da oficina do Luís Fróis, persiste na memória de muitos de
nós uma recordação que a miudagem de então jamais esquecerá! Os berlindes! Isso
mesmo! Aquelas esferas que eram o orgulho de quem as conseguia ter! Jogar ao
berlinde, com esferas de rolamentos substituídos por força da reparação de uma
qualquer alfaia agrícola, era um privilégio! Quais berlindes em vidro
multicolor comprados na feira de São Martinho, quais quê! Aqueles de aço polido
e reluzentes é que eram bons! Verdadeiros campeões no lançamento ao buraco e no
acerto aos que se lhe aproximavam !!!
Hoje quando por lá passamos, já não ouvimos o som do martelar o aço ao rubro na bigorna nem o cheiro característico do coque, mas sentimos e temos como certas que são também estas as memórias que nos completam.
Hoje quando por lá passamos, já não ouvimos o som do martelar o aço ao rubro na bigorna nem o cheiro característico do coque, mas sentimos e temos como certas que são também estas as memórias que nos completam.
Colaboração fotográfica
de Graciete Palmeirão.
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