O
"Pombalinho" deseja a todos o seus amigos e visitantes, Boas
Festas e um Feliz Natal de 2011.
23 dezembro 2011
17 dezembro 2011
Rua Barão de Pombalinho em São Paulo!
De
há uns tempos que sabíamos da existência de uma rua em São Paulo, no Brasil,
com o nome de Barão de Pombalinho!
Recentemente
contactamos a Prefeitura da Cidade de São Paulo com o intuito de
confirmarmos se se tratava mesmo de António de Araújo Vasques
da Cunha Portocarrero, a razão de atribuição do seu título a essa
artéria do bairro de Água Branca.
Recebemos
de imediato uma resposta na qual nos foi sugerida consulta a um link
sobre a história das ruas de São Paulo. Efectuada a pesquisa
pudemos então confirmar que se trata mesmo "nosso"
Barão!
Decreto
que deu origem à Rua Barão de Pombalinho.
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Vista
da Rua Barão de Pombalinho.
Não
se sabendo exactamente que motivações históricas ( António Vasques da
Cunha Portocarrero foi um combatente das invasões francesas em
Portugal = Exposição )
tiveram as entidades brasileiras na atribuição de Barão de Pombalinho
a uma rua de São Paulo , aqui fica, no entanto, o registo e
a curiosidade do facto.
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28 novembro 2011
Pombalinhenses em Lourenço Marques
Decorria
o ano de 1972 quando este grupo de Pombalinhenses, radicados
na antiga cidade de Lourenço Marques, se reuniu em casa de Guilherme
Afonso em clima de grande confraternização.
Esta
fotografia foi tirada na sequência de uma outra que aqui publicamos em
Fevereiro de 2007! Merece no entanto, por razões
várias, que faça parte da galeria
fotográfica do "Pombalinho" ! Afinal
de contas, o horizonte da memória é porventura
das melhores contemplações de que se pode usufruir da vida !!!
Reconhecem-se,
Luís Vieira Jorge, Luis da Conceição, irmão de Ricardo Chibanga, Joaquim
Mateiro, Violante Cruz, Ricardo Chibanga, Lurdes Teixeira, esposa Diamantino
Teixeira, Diamantino Teixeira, José Alcobia, Milita Mateiro, Luís Teixeira,
Carlos Alberto e Niu.
Colaboração
fotográfica - Guilherme Afonso
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10 novembro 2011
04 novembro 2011
Costa Braz !
Pela passagem do seu septuagésimo sétimo aniversário, o "Pombalinho" endereça ao Coronel Manuel Costa Braz os mais calorosos Parabéns e os desejos de um Feliz Aniversário!
A
propósito recorde-se a existência de um espaço
on-line dedicado a Costa Braz, e em particular a
importantes fases da sua vida militar e politica!
O
endereço é http://www.costa-braz.blogspot.com/
28 outubro 2011
17 outubro 2011
Descamisadas!
Aspecto de uma descamisada na eira de Júlio José Barreiros em 1911.
Naqueles finais de Agosto, o luar
iluminava intensamente as noites quentes de Verão de uma forma extraordinária!
O brilho, do único satélite natural da terra, causava uma sensação de bem estar
a todos quantos, ao esperarem pelo acabar do
dia, usufruiam agora de uma leve e desejada
brisa nocturna. O calor nessas alturas do ano fazia com que as condições
de trabalho fossem muito árduas,
justificando-se nessas circunstâncias, o recurso também à
noite para o exercício de uma das actividades agrícolas
de maior tradição! Precisamente, as descamisadas!
Não era propriamente uma
festa, no sentido rigoroso da palavra, mas o ambiente que se vivia á volta das
descamisadas (mais as de carácter e âmbitos familiares), contagiava
a todos que nelas participassem de uma forma inesquecível!!!!
Ranchos constituídos por adultos e crianças, percorriam logo após o
jantar, os diversos caminhos em direcção às eiras do Pombalinho !
O milho já tinha sido apanhado e
transportado de véspera! Estava agora amontoado na eira e pronto para que
hábeis mãos o limpassem de forma a que pudesse ser mais
tarde descarolado.
A descamisada era uma
actividade manual que consistia em separar das maçarocas as camisas!! Estas
passariam depois por criteriosa selecção, porque o destino que as
esperava era diferente! As mais escuras e velhas , ou seja, as de fora da
maçaroca seriam transformadas em fardos para posterior alimentação do gado!
As mais macias e brancas, eram aproveitadas para o enchimento dos
colchões!
Como curiosidades
finais, refira-se a utilização de um utensílio metálico, a que se chamava "bico" devido à sua configuração, para facilitar a operação
da descamisada! Mas também, as histórias que se contavam à volta da maçaroca
vermelha, mais conhecida pelo milho-rei! Dizia-se
da moça que calhasse, ao acaso , a dita
maçaroca , ficaria casadoira nos próximos tempos!!! Não se sabe da
certeza desta "profecia" mas é certo que poucas, das que
passaram pelas descamisadas, ficaram solteiras! Enfim, tradições!!!
Foto da eira,
gentilmente cedida por Fernando Furtado Barreiros.
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07 outubro 2011
Casamentos XII
Casamento de Ana Leal com Francisco Cruz, no ano de 1958.
Em tempos não muito longínquos, nas
pequenas aldeias, os casamentos eram para além da solenidade que o acto
impunha, momentos muito vividos e participados pelas famílias dos noivos e
naturalmente também pelos respectivos convidados. Estes acontecimentos mobilizavam
sempre grande número de pessoas, pois toda a preparação da boda e a
sua ligação a um certo tradicionalismo que se cumpria em
todos os pormenores, exigia tempo para a sua realização. Mandavam os
costumes, que era incumbência dos pais dos noivos a quem cabia grande parte
desses cuidados! Eram engordados os porcos, os borregos e as
galinhas, para que no dia a comida fosse farta e a contento de
todos! As bodas eram para além da sua razão suprema, dias de grande festa nas
aldeias!!!
Uma das maiores responsáveis para que nada fosse deixado ao acaso, em termos culinários, passava naturalmente pela cozinheira! No Pombalinho houve uma senhora que talvez
tivesse sido a mais requisitada para estas andanças! Chama-se Clementina e
devido aos seus saberes e experiências, foi durante muitos
anos a mais solicitada pelos noivos e em quem eles confiavam
inteiramente toda a organização culinária da boda!
Com alguma antecedência, mais ou menos um
mês, cumpria-se um ritual preparatório
da boda que era o que então se entendeu chamar de “visitas“. No fundo tratavam-se de gestos de cordialidade com que os pais dos noivos queriam presentear todas as pessoas da sua estima, e que constava da oferta de uma travessa de arroz doce composta de coscorões e bolinhos de noiva! É
claro que a este simpático gesto estava subjacente um certo sentido monetário da oferta, porque em bom
rigor o que se pretendia era conseguir algumas compensações monetárias que
minimizassem os custos inerentes à realização da boda !
No dia do casamento, logo pela manhã, era
prática de entre alguns convidados dirigirem-se ao local onde iria
decorrer o banquete, para ali saborearem o tão apreciado fricassé! Este
característico pitéu era um guisado feito com fígado de porco, algumas
gemas de ovos e temperado com limão, salsa e outros condimentos a condizer!
Era apreciado por todos os que, logo bem cedo, não queriam perder
pitada da festa que se avizinhava ser de muita participação e
alegria.
Depois da cerimónia religiosa do casamento
e dos registos fotográficos de circunstância, chegara finalmente a hora do
banquete! No Pombalinho, algumas casas existiram de dimensões exigíveis
para este serviço! De entre outras, havia uma
construída para o efeito pelo José Guilherme anexada à sua
casa de habitação. Ali se realizaram, talvez, os últimos banquetes
de casamentos realizados no Pombalinho.
As mesas rectangulares e de bancos
corridos, eram dispostas ao longo do salão, desde a zona da cozinha até bem
perto da porta de entrada! O cheiro a borrego guisado com ervilhas e
batatas, ao invadir o apetite dos mais esfomeados, sinalizava
de que estava para muito breve o início do almoço! As mulheres que serviam
as mesas, entravam perfiladas pelo salão com as panelas da sopa! A
tradicional canja de galinha começava a ser servida para aquecer,
finalmente, os estômagos dos mais impacientes!
Durante o almoço e já na sua parte
final começavam-se a ouvir os primeiros acordes musicais do acordeonista ou do
conjunto musical que tinham sido contratados para abrilhantar o ambiente
da boda! Vem à memória nesta pequena viagem pela história dos
casamentos que se realizaram no Pombalinho, o famoso conjunto de Figueira Padeiro,
mas também o conhecido António Rufino e a sempre saudosa Victória da
Silva. Ao som de todos eles, os mais dançarinos abandonavam as mesas e davam
início ao baile! Os noivos mereciam um ambiente de festa e de muita
alegria que envolvesse todos os participantes!
Depois viria o jantar, que não era muito
diferente do almoço! As pessoas já mais libertas de alguns
formalismos tendiam a soltarem-se mais um pouco! A animação ainda viria a
tingir momentos altos! À mesa começavam-se a ouvir as primeiras
"vivas" aos noivos, aos pais dos noivos e também aos
padrinhos! Os mais afoitos e criativos na construção de quadras poéticas,
pediam licença a todos os presentes, levantavam-se e de copo de vinho
bem lá no alto segurado por uma mão já por vezes trémula, lá diziam a sua
"viva" .
"A
todos os presentes eu dou
Um
viva com emoção!
Para
os noivos eu quero dar
Um
abraço do coração!"
É claro que a partir daqui a animação atingia outros níveis e a
música tomava conta de toda a gente!!! Chegavam-se a fazer verdadeiros despiques sobre a quadra mais bem construída! A
intensidade das ovações protagonizada pelos presentes, classificava a melhor de
entre todas! Na parte final do jantar e enquanto este ainda decorria,,
tinha chegado a hora do pessoal da cozinha; improvisavam pequenas marchas
de homenagem aos noivos, ao som das batidas das tampas das panelas e
percorriam o corredor central do salão em ambiente de natural alegria!!!!
Já pelas altas horas da noite, os
convidados começavam individualmente a desejar aos noivos as
maiores felicidades para a vida que agora em comum iriam iniciar! Era a boda que lentamente se aproximava do seu fim!
Colaboração fotográfica - Fernando Leal
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17 setembro 2011
Café Chico Minderico!
De joelhos, Carlos Branco e
Américo Ferreira. De pé, Miguel Costa e Manuel Gomes.
Foto tirada no antigo
café do Chico Minderico.
Esta
fotografia ao proporcionar uma natural contemplação aos passado, serviu também, de uma forma inesperada, para
rebuscar algumas palavras a uma memória um pouco
já distanciada no tempo! Todo o passado
é irrepetível, sabêmo-lo, mas não nos deixa de causar, por vezes, surpreendentes sentimentos nostálgicos quando a
ele recorremos para preencher a razão da própria vida!
Vem
isto a propósito, o Pombalinho! O de hoje mas também o de ontem! Há já
muito tempo que por lá não passava! Era domingo, um dia
bonito do mês quente de Agosto, com sol e naturalmente convidativo a uma
boa conversa entre amigos, colegas de profissão ou
até familiares, como era, aliás, habitual há uns bons pares de
anos na aldeia do Pombalinho!
Correspondi
ao aliciamento desta minha recordação e dirigi-me ao café do Chico
Minderico ( assim então chamado e penso que ainda hoje assim
reconhecido), entrei e fiquei por momentos, estarrecido, como que
parado no tempo! Aquele espaço que fora outrora um dos mais
procurados pelos pombalinhenses, estava agora reduzido a uma
clientela de pouco mais de quatro pessoas! Fiquei incrédulo!!!
Senti, ali, naquela instante, que não são só as memórias que se
esmorecem! É também um pouco das nossas vidas que se perdem
irremediavelmente no tempo!!!
31 julho 2011
Pombalinho e as suas gentes I !!!
Agosto
é mês de férias! Também o "Pombalinho",
neste período do ano, se vai ausentar para um repousante e merecido
descanso! Aos meus fiéis acompanhantes e de um modo geral a todos os que
me têm visitado, desejo-vos também, se for caso disso, umas excelentes férias
de 2011!
Deixo-vos
com um pequena viagem alusiva às memórias das gentes do Pombalinho!
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20 julho 2011
Escola Primária !
É com agrado que registamos o
envio, para este espaço, de mais uma bonita série de fotografias
alusivas a classses de alunos que frequentaram a Escola
Primária do Pombalinho!
Rever estes registos
fotográficos é sempre um exercício de memórias a que dificilmente se pode
deixar de corresponder! É bom relembrar circunstâncias da
vida em que a inocência comandava ainda grande parte das
atitudes em tudo o que fazíamos! E aquelas histórias
construídas à volta de brincadeiras, alegremente participadas, em ambientes
de total descomprometimento com a vida!
Mas acima
de tudo, o que nos faz sentir dessas fotografias o
verdadeiro sentido da palavra saudade..., são os antigos colegas! De
todos eles! Dos que acabamos por partilhar uma maior proximidade,
mas também com os outros que por condicionalismos inerentes da própria
vida, percorreram caminhos um pouco mais distantes! Ao recordá-los, olhando
estas fotografias, é como se iniciássemos novamente o ciclo dessa
aprendizagem nostálgicamente longínqua mas simultaneamente tão
próxima de uma vontade, inexplicável, de querermos, se pudessemos,
de recomeçar tudo de novo!
As fotografias foram amávelmente cedidas por Rui Justino Dias e estão inseridas no blog temático " Escola do Pombalinho".
Referem-se aos Anos Lectivos de 1981/82, 1982/83, 1983/84 e 1984/85 e podem ser vistas
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12 julho 2011
Casamentos XI
Casamento
de Maria da Silva Carvalho e António Carvalho em Janeiro de 1939.
" Aos meus
primos muito amigos ofereço a fotografia do dia do meu casamento, a sua prima
muito amiga e termino como prova de muito reconhecimento e amizade."
Maria
da Silva Carvalho e
António
Carvalho
Colaboração fotográfica de Victor Reis
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30 junho 2011
Luís Duarte Fróis
Luís Fróis
Luís Duarte Fróis foi das pessoas cuja profissão era das mais
solicitadas no Pombalinho. A oficina de serralharia onde trabalhava e da qual
era proprietário, situava-se mesmo à entrada sul desta aldeia ribatejana, na
rua Barão de Almeirim.
Florindo, Luís Fróis, António
Afonso, Joaquim Cachado e José Alexandre.
Era frequente verem-se na rampa de terra batida, que servia de
acesso ás instalações, alfaias, charruas e uma variada quantidade de maquinaria
que então se utilizava nos trabalhos agrícolas à espera de vez para serem
reparadas. Também o fabrico de portas,
portões, tinas de transporte de uvas e tudo que tivesse a ver com a serralharia
agrícola, se fazia na velha oficina do mestre Fróis, como muitos carinhosamente
o chamavam. O barulho característico de martelar o aço na bigorna, depois deste
ter saído da forja ao rubro e em condições de ser moldado ao formato da peça
pretendida, era frequentemente ouvido por quem ali passava a caminho da antiga
escola primária ou numa ida à também antiga cada Farol, situada mesmo em frente
do outro lado da rua.
João Martinho, José Alexandre,
Luís Fróis, Joaquim Cachado e Rui Borges.
Alguns jovens, depois de terminada a escolaridade obrigatória,
passaram pela oficina do Luís Fróis onde deram os primeiros passos na
aprendizagem da profissão. Uns por ali ficaram e se fizeram homens, outros
acabaram pela escolha de novos rumos que fossem mais de acordo com os seus projectos
de vida.
Mas da oficina do Luís Fróis, persiste na memória de muitos de
nós uma recordação que a miudagem de então jamais esquecerá! Os berlindes! Isso
mesmo! Aquelas esferas que eram o orgulho de quem as conseguia ter! Jogar ao
berlinde, com esferas de rolamentos substituídos por força da reparação de uma
qualquer alfaia agrícola, era um privilégio! Quais berlindes em vidro
multicolor comprados na feira de São Martinho, quais quê! Aqueles de aço polido
e reluzentes é que eram bons! Verdadeiros campeões no lançamento ao buraco e no
acerto aos que se lhe aproximavam !!!
Hoje quando por lá passamos, já não ouvimos o som do martelar o aço ao rubro na bigorna nem o cheiro característico do coque, mas sentimos e temos como certas que são também estas as memórias que nos completam.
Hoje quando por lá passamos, já não ouvimos o som do martelar o aço ao rubro na bigorna nem o cheiro característico do coque, mas sentimos e temos como certas que são também estas as memórias que nos completam.
Colaboração fotográfica
de Graciete Palmeirão.
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21 junho 2011
Júlio Freire !
José Bray é genro de
Júlio Freire! De visita ao seu blog, "Bray", encontramos
um extraordinário texto da sua autoria publicado no passado dia 28
de Março de 2011. Não se trata de um qualquer testemunho circunstancial mas,
segundo suas próprias palavras, de uma forma de homenagear aquele que ele
considera ter sido, "uma
personagem fascinante"! Na verdade Júlio Freire foi, para
muitos os que tiveram o privilégio de o conhecer, uma pessoa que
transparecia uma rara sabedoria! Quase sempre em "contra-corrente"
ao que era considerado normal em termos sociais, cultivava uma certa
relação enigmática com quem convivia no dia a dia! Não era muito dado a
exposições gratuitas sobre o que pensava mais profundamente, mas sabia-se o
quanto se preocupava com as diversas formas de injustiças! Era, por
variadas razões, uma voz atentamente escutada!!!
" Começa assim o texto de José Bray:
O meu sogro foi
uma personagem fascinante, não resisto ao desejo de falar da sua pessoa. Mais
vezes o irei fazer! Será uma forma de homenagear a sua memória! Bray
Júlio
Freire – O Aljube
Maio de mil
novecentos e cinquenta e oito, eleições para a Presidência da República,
Américo Tomas candidato do regime, Humberto Delgado candidato da oposição.
Era sábado,
vésperas de eleições. Eleições? Não me façam rir, era tudo uma fantochada
naquele tempo não havia essa coisa na política nacional, talvez houvesse em
alguns clubes mas não no governo. Era Salazar, outra vez Salazar, sempre
Salazar e quem ele lá metia para servirem de lacaios e de capacho. Na porta da
padaria do Júlio Freire, o próprio mais alguns homens de meia-idade trocavam
opiniões, falando um pouco de tudo, mas no acto do dia seguinte nem pensar, era
preciso cuidado com os bufos. Um dos temas de conversa era a ida às sortes de
alguns filhos dos presentes e de alguns ausentes, eles até estavam à espera da
camioneta que havia de trazer os mancebos de volta.
Em dada altura,
passou no sentido do cemitério o jipe da Guarda Nacional Republicana, que de
republicana nada tinha, uns infelizes que para fugirem ao trabalho do campo
tinham vendido a alma ao diabo, ganhando uma miséria, deslocados para longe de
casa alimentando-se de pão e enchidos, desenvolvendo cancro no estômago devido
a esse disparate alimentício. O Joaquim, um dos presente, disse entre dentes,
filhos da puta!
Passados que
foram quinze minutos o jipe voltou, parou junto do pequeno ajuntamento, os
militares saltaram para fora com as ultrapassadas espingardas, sim, iguais às
que assassinaram Catarina Eufémia que tinha um filho ao colo e outro no ventre.
O mais graduado fazendo cara de mau e voz grossa, disse. Júlio Freire e Joaquim
Minderico, estão presos, entrem no jipe. E lá foram conforme estavam, o padeiro
embora estando à sua porta não pôde mudar de roupa, foi obrigado a levar o
casaco roto que usava na pesca. Ficaram os familiares em grande sofrimento e
cheios de pânico.
Que se passava?
Salazar, quis tirar de circulação todos os democráticos deste país, por isso a
cena repetiu-se por todo o Portugal. Com esta prepotência atingiu dois
objectivos, menos votos para a oposição e amedrontar os restantes. As prisões
foram tantas que os PIDES e os bufos não chegaram para as encomendas, foi
preciso a Guarda Nacional República e a Legião Portuguesa actuarem em força também!
Os dois
companheiros de infortúnio foram levados para o posto da GNR na capital do
distrito e sem quaisquer condições lá permaneceram até segunda-feira. Má cama,
má comida, mau trato, a sorte (ironia) foi ser Maio, o tempo estava quente!
Nesse dia um PIDE veio levantar os homens e de comboio seguiram para Lisboa,
destino o Aljube. Alguém da terra os viu na estação e pensou que o destino era
a aldeia de ambos, a notícia correu célere, as famílias ficaram ricas de
esperança, mas era boato, o regresso aconteceu só passados noventa dias.
Júlio Freire e
Joaquim de alcunha Canca, eram na verdade dois democratas de esquerda, um mais
radical que o outro, mas homens honrados. O primeiro era mais pacífico no
trato, mais tímido, o segundo não, era um revolucionário ardente sempre
reagindo, por isso iria levar umas porradas enquanto esteve na prisão. Os dois
homens sempre pensaram que após as eleições seriam soltos mas não, a viagem
para a capital foi um choque para eles.
Nesta saga
aconteceram algumas histórias dramáticas, mas também aconteceram algumas com
graça no meio da desgraça! Vou contar uma que tem espírito.
Ao chegar ao
Aljube, separaram o Freire do companheiro, começando a dança do terror.
Edifício de pedra muito velho, portas de ferro pesadonas e rangedoras,
lembravam os sons das prisões da Inquisição, escuridão e humidade. Tudo para
atrofiar o mais valente. Por fim, lá instalaram o pobre padeiro na cela com
pouca luz e com dois catres. Nessa altura, o Júlio Freire já perdera a força
anímica entrando em depressão, perdeu a resistência e a esperança, sentado na
enxerga começou a chorar convulsivamente! Com o sofrimento não reparou que ao
fundo já lá estava outro preso. Foi então que ouviu uma voz triste com
acentuado sotaque alentejano. Olhou, na outra cama um homem lia um papel.
-
Senhor Júlio não desanime porque hão-de vir melhores dias, pense na sua
família, pense na sua filha que ainda precisa de si!
- Homem,
você é bruxo ou foi posto aqui para me espiar? - Assim inquiriu o
Freire.
- O senhor
não se aborreça porque isto foi a uma carta que eu escrevi a mim mesmo.
- Então
como é que o senhor sabe que me chamo Júlio, e tenho uma filha? -
Voltou o padeiro a argumentar.
- Mas meu
senhor, chamo-me Júlio e tenho uma filha! Fui eu que escrevi esta carta que
estou a ler para me animar!
Os dois homens,
olharam um para o outro, primeiro com desconfiança, depois riram com satisfação
aliviando por algum tempo a pressão da cadeia."
José
Bray -22/10/2010
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12 junho 2011
Moedas Romanas I !
Moeda
romana do século IV encontrada na zona geográfica do Pombalinho.
Descrição
da moeda:
Anverso -
DN GRATIANUS PF AVG ; Sendo que, DN - Dominus Noster, (Nosso
Senhor); PF - Pius Felix (Piedoso e Feliz) e AVG - Augustus (Augusto).
Reverso - REPARATIO REIPUB - figura
do imperador de pé estendendo a mão a uma figura feminina ajoelhada a seus pés
e que é Roma.
Flávio Graciano Augusto
(Flavius Gratianus Augustus, em latim; Sirmium, 18 de abril ou 23 de maio de
359—25 de agosto de 383) foi um Imperador Romano do Ocidente de 375 a 383.
Era filho do imperador
Valentiniano I e a primeira esposa deste, Marina Severa, nasceu na cidade de
Sirmium (a atual Sremska Mitrovica, Sérvia), na então província romana da
Panônia.
A 4 de agosto de 367,
foi proclamado augusto pelo seu pai. À morte de Valentiniano (17 de novembro de
375), as tropas destacadas na Panônia proclamaram imperador o seu irmão pequeno
Valentiniano, que então era apenas um bebê. Valentiniano era meio-irmão de
Graciano, nascido de Justina, viúva de Magnéncio e segunda esposa de
Valentiniano. Para
texto completo clique AQUI
Nota -
A reprodução, assim como a descrição desta moeda
foram gentilmente cedidas por José Braz Barrão.
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28 maio 2011
Eleições Legislativas em 1915 !
Agora que se aproxima o
acto eleitoral do dia 5 de Junho de 2011, surgiu a oportunidade de reportarmos
um outro que se realizou em 13 de Junho de 1915, ou seja, há quase noventa e
seis anos!
Vivia-se a 1ª
República na sua plenitude! De grande instabilidade política por divergências
internas entre os republicanos, no período de 1910 a 1926 houve
neste sistema politico que sucedeu ao Governo Provisório de Teófilo Braga, sete
Parlamentos, oito Presidentes da República e quarenta e cinco Governos.
Nestas eleições em que
se propuseram a votos o Partido Republicano Português (Democráticos), o
Partido Republicano Evolucionista (Evolucionistas), o Partido da União
Republicana (Unionistas), o Partido Socialista Português e o Centro Católico
Português, houve uma maioria absoluta por parte dos Democráticos que
tiveram 106 deputados e 45 senadores eleitos, correspondendo a 69% dos
votos. Os restantes eleitos distribuíram-se pelos Evolucionistas (26 deputados
e 9 senadores), Unionistas (15 deputados e 11 senadores ) e ainda 13
deputados e 3 senadores para os independentes.
No Pombalinho,
curiosamente, a votação não foi no sentido a nível nacional, como se
pode ver pelo mapa publicado! Os grandes vencedores foram
os Unionistas com 47 votos, contra 28 votos dos
Democráticos e 12 dos Evolucionistas.
Como curiosidade,
assinala-se o facto do Partido Unionista ter-se constituído em força politica
no 26 de Fevereiro de 1912 por cisão no Partido Republicano
Português. Foi liderado por Brito Camacho e era depreciativamente
referenciado na imprensa da época como o "partido dos
intelectuais", pois agrupava grandes personalidades ligadas às ciências,
às artes e às letras, não conseguindo, porém, grande adesão popular.
Por último e ainda no
contexto eleitoral, de referir que o Pombalinho foi um dos palcos escolhidos
para a campanha eleitoral de umas outras eleições, as realizadas em
16 de Novembro de 1913. Aconteceu em 30 de Maio de 1913 e foi
notícia no antigo jornal Correio da
Extremadura .
Documento cedido
amavelmente por José Braz Barrão
a partir do
livro "Roteiros Republicanos - Santarém"
Editor - Quidnovi
II
19 maio 2011
Retratos XXIII !
José António Silva de Menezes
José António nasceu no Pombalinho a 28 de Janeiro de 1952. É filho de Joaquim Pedro de Menezes e de Maria Lizette da Silva.
São seus irmãos, Maria Eugénia Silva de Menezes , Pedro Silva de Menezes e de Ana Rita Silva de Menezes .
Fotografia cedida gentilmente por José António de Menezes
.
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