21 novembro 2009

D. Miguel de Castro!





Arcebispo D. Miguel de Castro (1536 - 1625)


D. Miguel de Castro foi bispo de Viseu (1579-1586), arcebispo de Lisboa (1586-1625) e vice-rei de Portugal. Doutorou-se em Teologia na cidade de Coimbra e foi nomeado inquisidor do Santo Ofício em 1556. Traduziu o catecismo do papa Pio V. Exerceu altas funções durante o domínio filipino, sendo um dos governadores do Reino em 1593. ...mais


A História fez com que D. Miguel de Castro tivesse contribuído de uma forma indelével para o que é hoje a realidade do Pombalinho! Não por uma qualquer visita de carácter religioso ou outra efectuada no desempenho das suas funções mas por algo de mais importante que ocorreu em 13 de Julho de 1606! Com efeito, foi este eclesiástico eborense que oficializou nesta data a desanexação do Pombal, como era então designado o Pombalinho. Por sua provisão, esta terra ficou com total independência em relação à freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Almonda do lugar de Azinhaga, conforme está referido nas "Memórias Paroquiais" de 5 de Abril de 1758, da autoria do Cura António Lopes e documento do Arquivo Distrital de Santarém.




















Foto do Arquivo Municipal de Lisboa.







17 novembro 2009

Retratos XIII !




Não temos qualquer referência alusiva a esta fotografia! Nem a data em que foi tirada, nem o motivo que levou este grupo de pombalinhenses a posarem para a luzinha milagrosa do retratista! Mas o merecimento da sua publicação, nunca esteve em causa! Por isso, proponho-vos que façamos um exercício de viajantes no tempo! Recuemos umas décadas e imaginemos as razões que levaram esta gente a posarem despreocupadamente desta maneira, ladeados por dois magalas!!! Difícil, não é? Pois!!! Mesmo assim, identifiquemos alguns deles, bem nossos conhecidos: Joaquim Felisberto, Manuel Bispo, Rui Borges, Guilherme Afonso, Manuel Braga, Gabriel Joaquim, Francisco Duarte, Manuel Barros (pai) e os "magalas" José Martins Asseiceira e Joaquim Maria Santos Légua, respectivamente à esquerda e à direita da fotografia, segundo a optica do observador.




Colaboração fotográfica – Víctor Reis




10 novembro 2009

Festas em 1976 !




Grandes Festas no Pombalinho em 1976.









Nestas Festas, as receitas apuradas reverteriam totalmente para a compra de uma ambulância Peugeot 504.























































































































































































Como noutras então realizadas, nestas Festas de 1976 também marcou presença o timbre solidário da população! Quando está em causa o bem comunitário, os pombalinhenses sempre têm correspondido a esses meritosos objectivos, participando por exemplo em ofertas para leilão das nossas bem conhecidas fogaças! E nesse ano assim aconteceu! Um grupo de jovens "Fogaceiras" em cumprimento da tradição, deram com toda a certeza, mais vida ao Pombalinho e ás suas gentes. 




Pesquisa de Bruno Cruz
Fotos de Pedro Menezes



02 novembro 2009

Alfaiatarias I


Em tempos ainda anteriores à moda do "pronto a vestir", as alfaiatarias ocupavam um lugar de relevo no tecido social da nossa terra. Para além da mão de obra que empregavam, em conjunto com outras actividades similares, prestavam um conjunto de serviços à população que em muito contribuíam para a necessária vitalidade do Pombalinho. Porém, e fruto de uma dinâmica "desenvolvimentista" então implementada, estas pequenas empresas "familiares" foram desaparecendo progressivamente, dando lugar a mercados deslocalizados, modernos e mais agressivos em termos de consumo! Hoje, basta-nos memorizar o número de tamanho do casaco e das calças que vestimos e em qualquer altura estamos aperaltados para o momento mais exigente!! Mas apesar de tudo e dos ventos soprarem contrários à vida de quem fez da profissão uma arte, ainda há quem resista à modernidade dos tempos! ...




Francisco Cruz, João Brás e Ângelo Ferreira nas traseiras da antiga alfaiataria, na Rua Barão de Almeirim, Nº102.



... E um dos alfaiates que percorreu profissionalmente essa época dos fatos cortados por medida e provados antes da entrega final ao cliente, é o nosso conhecido Ângelo Ferreira. Ele nasceu em 09 de Setembro de 1929 na localidade de S. Vicente do Paúl . Aprendeu o ofício dos 14 aos 17 anos com um alfaiate da sua terra natal, chamado Joaquim Mendes, mais conhecido entre os pombalinhenses por Joaquim Alfaiate , que teve no Pombalinho alfaiatarias na rua e Sto António, na rua Barão de Almeirim e rua António Eugénio de Menezes.

Ângelo Ferreira depois de aprender o ofício (tendo de para o efeito, pagar a quantia acordada de 500$00) estabeleceu-se na Quinta da Requeixada no ano de 1947, justificando a procura de um alfaiate que ali se fazia sentir.





Mais tarde regressou ao Pombalinho onde desempenhou a sua função no ano de 1948 a 1952, no número 96 da rua Barão de Almeirim, de Dezembro de 1952 a 1955, no número 22 da rua 1º de Dezembro, de 1955 a 1965, ...







... no número 30 também da rua 1º de Dezembro (onde criou uma espécie de "Casa do Benfica" na qual se poderia acompanhar as últimas notícias desportivas pela leitura do saudoso "O Mundo Desportivo")







... e finalmente de Dezembro de 1965 a 1980,







... em sociedade com João Brás, no número 102 da rua Barão de Almeirim.












Hoje tem uma pequena "oficina"...









... onde faz pequenos trabalhos de ambito familiar...










... ainda com a sua primeira máquina de costura Huskwarna, adquirida em 1947!



Por fim e num texto da sua autoria, intitulado "Barbearias e Alfaiatarias", Guilherme Afonso retrata-nos como sempre uma interessante descrição da época, sobre os alfaiates e toda a sua envolvência social no Pombalinho. Escreve ele então, a determinada altura:

“….Quanto a alfaiates, eu ainda sou dum tempo em que não havia nenhum estabelecido no, eu ainda sou dum tempo em que não havia nenhum estabelecido no Pombalinho. Vinha um alfaiate de São Vicente do Paul, o Joaquim Alfaiate (nunca o conheci por outro nome) arranjar clientes ao Pombalinho e, pelos vistos, dava bem conta do recado. E havia para isso duas boa razões. Eram elas, por um lado, que os alfaiates, por aqueles tempos e naqueles meios, só faziam fatos para homens e, por outro, que a maior parte dos homens não mandava fazer mais que dois fatos durante a sua vida, o primeiro para estrear no dia da inspecção para o serviço militar (onde teria que despi-lo, assim como ao resto da roupa), e o segundo para estrear no dia do casamento.
Um fato completo era, e é, composto por três peças, calças, casaco e colete, mas o colete usava-se muito pouco, pelo que a maior parte o não mandava fazer. Sempre ficava mais barato. E, por falar em custos, não será despiciendo lembrar que, desses dois fatos apenas que a maior parte mandava fazer ao longo da vida, um deles, o da inspecção militar, para um ou outro com maiores dificuldades tinha de ficar-se por um fatinho de cotim.”

*Para leitura completa do texto clique aqui


Pesquisa e fotos de Bruno Cruz
Colaboração de Ângelo Ferreira
Texto de Manuel Gomes