09 setembro 2008

Ponte Fernão Leite II


Já aqui neste espaço nos referimos à importância que a Ponte Fernão Leite teve na vida dos Pombalinhenses, servindo não só como passagem entre as duas margens da Alverca grande mas também no aproveitamento da sua zona envolvente para festejos anuais que se realizaram no Pombalinho em  Julho de 1919  . Nos últimos anos da sua existência serviu igualmente de pretexto a  passeios domingueiros para muitos dos jovens que por ali preenchiam algum do tempo que dispunham de  lazer e divertimento.







A publicação da fotografia que hoje aqui fazemos tem mais uma vez a inestimável participação de Fernando Furtado Barreiros. A propósito desta sua prestável colaboração, nunca  será demais referir que esta página adquire um nível histórico de publicação sobre factos e gentes da nossa terra,  notável. Jamais o teria conseguido se este "feliz encontro" não tivesse acontecido por intermédio do nosso  amigo Joaquim Mateiro. Na verdade sem estes pequenos tesouros da história do Pombalinho, era-nos de todo impossível preencher de forma tão enriquecedora este espaço sobre o caminho histórico do nosso Pombalinho.

Mas voltando à fotografia que se crê ser de 1911, segundo palavras do próprio Fernando Barreiros, nela ficaram registados o seu avô Júlio José Barreiros e seu pai Júlio Câmara Barreiros, então com 5 anos de idade. A leitura que nos é possível fazer desta invulgar imagem da Ponte de Fernão Leite, é que pelo estado de conservação dos pilares de assentamento do tabuleiro, poderemos concluir, não se tratar da sua construção original mas sim do resultado de uma acção destruidora a que foi sujeita, proveniente talvez de uma cheia com características devastadoras que por ali passou. Esta tese pode ser reforçada com a leitura de um texto da “Empreza da História de Portugal” que publicamos a 20 Março de 2007 e no qual se lê num determinado parágrafo que, “No sítio da Alverca ainda se podem ver os restos d’uma ponte que ali houve para serventia dos povos de Pombalinho e Reguengo, quando a cheia era grande. Esta ponte ainda hoje seria de reconhecida vantagem, e a respectiva câmara bem poderia sem grande sacrifício reconstruí-la, pois qualquer das citadas povoações contribui fartamente para as receitas municipaes.”


Paradoxalmente ou não e passados que foram cerca de cem anos, continuamos sentimentalmente a clamar pela sua reconstrução, como tive oportunidade de fazê-lo em consequência de uma passagem mais atenciosa que lhe fiz no passado 27 de Abril de 2008 !