21 maio 2008

Maioral Angelino!






Esta fotografia foi-me oferecida por uma daquelas pessoas que dificilmente deixará de figurar no percurso histórico da minha juventude! Um dia destes, num encontro fortuito que aconteceu no restaurante “Bacalhau”, chamou-me à parte e disse-me:

Manel, tenho em minha casa umas fotografias que talvez possam ter algum interesse para publicares na internet. É evidente que dali já não saí e pouco depois na minha frente, enquanto acabava de almoçar, lá estava o nosso amigo com um envelope de correio de onde começou a retirar verdadeiros tesouros fotográficos que me deixaram completamente embevecido de alegria. Fiquei entusiasmadíssimo, pois a aventura de contar histórias sobre o Pombalinho, tinha-a iniciado muito recentemente e agora ali à minha inteira disposição estava material que em muito me poderia ajudar na continuação deste projecto sobre a nossa terra.

Inseri a primeira fotografia em 21 de Fevereiro e depois outras ao longo do ano de 2007 mas uma delas sempre foi ficando para trás, como se motivo faltasse para uma sua justificada publicação. Mas hoje quando a olhei de forma diferente e a li como antes o não tinha feito, verifiquei o óbvio: a vida é realmente feita de ligações tão fortes que imerecidamente nos esquecemos dos potenciais valores que encerra neste admirável mundo em que vivemos e esta fotografia que acabara de contemplar é um testemunho exemplar de relacionamento afectivo em hora de dar e receber, numa ligação de vida entre o ser humano e outras espécies animais. Pena é que devido à industrialização demolidora da vida agrícola dos nossos campos, imagens destas sejam cada vez mais raras nos dias de hoje!

No verso da fotografia está manualmente escrito a seguinte informação: "maioral Angelino, avô da Aurora , ano 1921".