Esta
fotografia foi-me oferecida por uma daquelas pessoas que dificilmente deixará
de figurar no percurso histórico da minha juventude! Um dia destes, num
encontro fortuito que aconteceu no restaurante “Bacalhau”, chamou-me à parte e
disse-me:
Manel, tenho em minha casa umas fotografias que talvez possam ter algum
interesse para publicares na internet. É evidente que dali já não saí e pouco
depois na minha frente, enquanto acabava de almoçar, lá estava o nosso amigo
com um envelope de correio de onde começou a retirar verdadeiros tesouros
fotográficos que me deixaram completamente embevecido de alegria. Fiquei
entusiasmadíssimo, pois a aventura de contar histórias sobre o Pombalinho,
tinha-a iniciado muito recentemente e agora ali à minha inteira disposição
estava material que em muito me poderia ajudar na continuação deste projecto
sobre a nossa terra.
Inseri a primeira fotografia em 21 de Fevereiro
e depois outras ao longo do ano de 2007 mas uma delas sempre foi ficando para
trás, como se motivo faltasse para uma sua justificada publicação. Mas hoje
quando a olhei de forma diferente e a li como antes o
não tinha feito, verifiquei o óbvio: a vida é realmente feita de ligações tão
fortes que imerecidamente nos esquecemos dos potenciais valores que encerra
neste admirável mundo em que vivemos e esta fotografia que acabara de
contemplar é um testemunho exemplar de relacionamento afectivo em hora de dar e
receber, numa ligação de vida entre o ser humano e outras espécies animais.
Pena é que devido à industrialização demolidora da vida agrícola dos nossos
campos, imagens destas sejam cada vez mais raras nos dias de hoje!
No
verso da fotografia está manualmente escrito a seguinte informação: "maioral
Angelino, avô da Aurora , ano 1921".