15 outubro 2008

Cheias de 1940/41


As cheias sempre foram no Pombalinho "visitas"  frequentes desses longínquos e rigorosos Invernos em que as fortes chuvadas com elevados índices de precipitação inundavam campos e zonas habitacionais situadas em zonas mais beixas.. Embora com alguma imprevisibilidade quanto ao tempo de permanência e também nos níveis atingidos, (as ruas mais sacrificadas pelas "alvercadas" , como assim se chamavam às de menor amplitude para se distinguirem das de efeitos devastadores , eram a Manuel Monteiro Barbosa e a 1º de Dezembro) as cheias constituíam uma condição excepcional ao nível da acção fertilizante que transmitiam às terras por elas alagadas.

Nesses tempos as culturas agrícolas que então predominavam, assim como a própria estrutura fundiária que constituía grande parte das áreas cultivadas, serviam de autênticas barreiras naturais ao avanço descontrolado das águas provenientes da subida anormal do caudal do Tejo e as pessoas preparavam-se naturalmente e sem grandes preocupações para esta rotina calmamente assumida, quer na prevenção dos seus bens materiais e outros passíveis de serem afectados pelas cheias, como também e porque não, na contemplação de um espectáculo nem sempre desejado mas que a nova paisagem surgida pelo movimento das águas sempre acabava por provocar.

 E não raras são as fotografias existentes, que apaixonados pelo simples prazer da arte, aproveitaram para registar e guardar nos baús das suas recordações essas imagens irrepetíveis porventura nos dias de hoje. Felizmente a este espaço, também ele de memórias, tem chegado algumas dessas verdadeiras relíquias históricas que em muito contribuem para uma melhor compreensão do percurso desta comunidade pombalinhense e das razões sócio-económicas que tiveram de optar por imperativos geográficos em que o Pombalinho se situa.


Hoje, por intermédio de Joaquim Mateiro, temos o grato prazer de recebermos mais uma dessas contribuições na pessoa do Dr António Carlos Barreiros Nunes Menezes , permitindo-nos assim publicar estas pequenas pérolas fotográficas da autoria de seu pai, António de Menezes , referentes a uma dessas cheias que inundaram a nossa terra no ano de 1940/41.





Interessante registo fotográfico na rua Barão de Almeirim! Apesar das águas quase a entrarem nas habitações, a vida nesta zona do Pombalinho não parou! Mulheres lavando a roupa frente à casa de Júlio Freire e Américo Cachado a ser transportado de barco para a sua habitação!






Rua António Eugénio de Menezes.







Excelente fotografia tirada à entrada no Pombalinho pela EN 365, permitindo avaliar bem o nível que as águas atingiram nessa cheia de 1940/41.