É uma fotografia de
rara beleza e de enorme significado histórico, esta a que vos apresento hoje
aqui no “Pombalinho”. Foi-me gentilmente enviada pelo
Joaquim Mateiro que por sua vez a recebeu via mail de Fernando Furtado
Barreiros, bisneto de Hilário José Barreiros e neto de Júlio Barreiros.
É um daqueles registos
que provocando uma contemplação que ultrapassa um simples reparo de
circunstância, transportando-nos para a curiosidade de saber o que se
teria ali passado bem frente à nossa Igreja Matriz que justificasse tão grande
ajuntamento de Pombalinhenses! O
ano da fotografia é de 1900 segundo informação de Fernando F Barreiros e nesses
tempos, fazendo fé nalguns escritos existentes, eram frequentes as cheias do
Tejo alagarem interiormente a Igreja, o que nos leva a colocar como forte
possibilidade nesta imagem, se ela não terá a ver com a reparação do chão
circundante após o rescaldo de uma dessas inundações! Pelo amontoado de pedras,
possivelmente, arrancadas pela força das águas, também pelo desnivelamento do
chão e finalmente pela presença de um "cilindro"
em pedra para alisamento do mesmo (eventualmente puxado por tracção animal),
leva-nos a concluir que assim tivesse sido!
Um outro aspecto
é o ajuntamento de tanta gente no largo da Igreja! Relacionando pequenos
pormenores visíveis na fotografia dos quais destacamos as roupas vestidas e a
presença de alguns homens com chapéu de aba larga (próprio de alguém
socialmente superior em relação aos demais), podemos sugerir que aquele encontro
se tenha passado num daqueles domingos em que a "praça" marcava o destino de muitos
trabalhadores seleccionados para a semana de trabalho que se avizinhava.
Mas apesar desta
fotografia suscitar outras interpretações, é na verdade muito bela! Até parece
uma fotomontagem em que a Igreja Paroquial, em nada diferente quando comparada
aos tempos de hoje, ali foi brilhantemente colocada na imagem desse longínquo
dia 26 de Fevereiro do ano de 1900!
Colaboração Fotográfica_Fernando
Furtado Barreiros