29 maio 2010

Trabalhos de ontem I






Os trabalhos do campo eram normalmente exercidos por quem não tinha aprendido um ofício! Quem não fosse pedreiro, carpinteiro, serralheiro, etc... e tivesse que trabalhar na agricultura, era designado e conhecido por trabalhador do campo!

O esforço físico dispendido exigia muita capacidade de resistência e só o recurso à prestação de muares no acompanhamento de algumas tarefas, como o de transporte de cargas pesadas e nas lavoiras, permitia que muitos dos trabalhos fossem concretizados! Eram tempos a ritmos diferentes dos de hoje! Afinal..., ainda estávamos longe daquela que viria a ser a tão desejada mecanização agrícola!!!





Colaboração fotográfica – Pedro Menezes e Bruno Cruz




24 maio 2010

Alfaiatarias II


João Braz começou a aprender a profissão de alfaiate aos 14 anos, mais precisamente a 4 de Agosto de 1941, no Pombalinho. Foi seu mestre, Joaquim Mendes Monteiro.

Ao fim de três anos de aprendizagem foi trabalhar para Vale de Figueira, onde esteve até 1945. Mais tarde continuou a sua profissão em Casével, freguesia do concelho de Santarém.


Em 6 de Maio de 1946 estabeleceu-se por conta própria, como alfaiate, na Azinhaga, numa casa localizada frente à Igreja desta localidade.







Depois de 7 meses a trabalhar na Azinhaga, mudou-se profissionalmente para o Pombalinho, onde veio a ocupar uma casa para o efeito, junto à fonte pública da rua 1º de Dezembro.

Tendo casado em 5 de Outubro de 1949 e habitado uma casa na rua Hilário José Barreiros, numa casa de Júlio Barros, mudou uns meses mais tarde para aí, o local de desempenho da sua profissão.


Em 1952, passou a habitação e a alfaiataria para a Rua Barão de Almeirim, nas casas de Manuel Barrão, mesmo ao lado da mercearia de Diamantino da Costa.







Em 1953 foi morar para a Rua 1º de Dezembro, tendo transferido a alfaiataria para o nº96 da rua Barão de Almeirim, junto à Igreja Matriz. Aí perto trabalhavam Carlos Fonseca Cavaco (barbeiro) no Nº 92, Ernesto Nunes (sapateiro) no Nº 94 e José da Silva (latoeiro)no Nº 98.






Em 1965 criou uma sociedade com Ângelo Ferreira. Instalaram-se no nº3 da Rua Barão de Almeirim numa casa remodelada para o efeito e pertencente a Manuel Bispo.







Nessa nova fase de expansão da actividade trabalharam como profissionais e aprendizes, Manuel Santana Vinagre e as jovens Helena e Fernanda Cavaco, Aurora Cavaco, Irene Conde; Maria da Conceição G. Cordeiro, Evangelina Ferreira da Luz, Maria de Lurdes S. Leal, Maria Laura da Luz Ferreira, Maria dos Anjos, Maria do Céu (entre outras).






Em 1979, mudou novamente a sua residência para a Rua Barão de Almeirim n.º 34, para uma casa adquirida aos herdeiros de Manuel Frade, onde mora actualmente.






Em 1980 com a dissolução da sociedade com Ângelo Ferreira, continuou o desempenho da profissão na sua casa de habitação onde exerce actualmente a actividade na situação de reformado.




Colaboração de texto e fotos - António Braz

Pesquisa e fotos - Bruno Cruz





10 maio 2010

Barão de Pombalinho!






Faz hoje cento e cinquenta e cinco anos que faleceu António D'Araújo Vasques da Cunha Portocarrero. Natural da freguesia de Cedofeita, concelho do Porto, foi no entanto na região de Santarém que passou grande parte da sua vida. Figura incontornável da história do Pombalinho, ficou ligado a esta terra não só por via de laço matrimonial que contraiu com Rita Mariana Freire da Rocha, mãe do 1º barão de Almeirim, mas também pelo título de barão de Pombalinho que lhe foi atribuído pela rainha de Portugal, D Maria II.

Foi sepultado no jazigo dos Viscondes de Portocarrero no cemitério dos Prazeres em Lisboa. Hoje esse lugar, número 987 da rua 17, está ocupado por um outro jazigo, em nome da família de João Ildefonso Bordallo.

Redige o próprio testamento na sua casa de Santarém, em 06 de Junho de 1854. Extenso e emocionalmente sentido em determinadas passagens, é um importante documento que permite entender as relações que esta personalidade tinha com os seus familiares, camaradas do Regimento de Cavalaria onde serviu na Guerra Peninsular e até com os criados que porventura lhe prestaram lealdade até aos últimos dias da sua vida.

Desde sempre que a figura de António D'Araújo Vasques da Cunha Portocarrero tem suscitado a descoberta de novos horizontes, de forma a que se pudesse avaliar um pouco mais da importância que o barão teve nos destinos do Pombalinho. Sabia-se das fortes motivações de afectividade que criou em relação a esta terra! Mas sentíamos a necessidade de irmos mais além! Descobrir provas documentais e se possível das razões que levaram este homem do norte a deixar a sua região de origem e vir ao encontro da vida nesta aldeia ribatejana! Conseguimos porém, fruto de alguma investigação em arquivos nacionais, testemunhos escritos que ajudam indiscutívelmente a desvendar um pouco a sua personalidade na vertente familiar mas também militar, uma vez que nesta, teve um importante papel durante as invasões francesas.


 No entanto e por razões que se prendem com os resultados de pesquisas que fizemos nos últimos tempos, os documentos conseguidos justificavam um espaço dedicado exclusivamente ao Barão de Pombalinho. E foi isso que fizemos! Com o seu título, criamos um blog onde está publicado o que de mais relevante conseguimos apurar sobre António D'Araújo Vasques da Cunha Portocarrero. O endereço é  http://barao-pombalinho.blogspot.com/ .






03 maio 2010

25 Abril no Pombalinho!






Embora não tenhamos qualquer referência, não é difícil de ver o ano a que se reporta esta fotografia! Vivia-se no país um clima de euforia social! Sentia-se e desejava-se a necessidade de mudanças políticas em resultado de derrube do regime que vigorou até 25 de Abril de 1974! E os capitães de Abril foram autores e heróis dessa mudança!

 No Pombalinho, o povo saiu à rua em manifestações de regojizo por tudo o que se estava a passar e principalmente pela ansiedade há muito esperada de um futuro melhor! Esta fotografia tirada em 1974 ou 1975, na rua Barão de Almeirim, ilustra bem essa vontade, que a todos mobilizou! O tempo era verdadeiramente de festa!!!


Colaboração Fotográfica - Miguel Costa

Pesquisa - Bruno Cruz