Já chegou a Expedição...
A todos perguntando vou...
E ninguém me dá relação,
Onde o meu filho ficou.
Aqui te vi embarcar,
Em dia três no Arsenal!...
Foi quando partiste de Portugal!
Hoje aqui te vinha esperar...
Estou farta de perguntar!
Ninguém de ti me dá relação...
Triste o meu coração,
Enquanto ao meu lado não te ver!
Vim aqui por ouvir dizer,
Já chegou a expedição.
A todos em geral pergunto,
Por meu tão querido filho...
Por não saber o seu trilho,
Ou se já será defunto...
Vejo tanto colega junto,
Com quem meu filho embarcou!
Hoje por quem esperando estou,
Para o poder abraçar!
A quantos vejo passar,
A todos, perguntando vou.
Meu filho em combate ficou?
Meu coração me quer dizer...
É triste tanto sofrer,
Uma mãe que o criou!!
Se algum crime praticou
E se está encarcerado numa prisão,
Para alívio do meu coração,
Quem notícias do meu filho me diz?
Pergunto por meu filho infeliz...
E ninguém me dá relação!
Eu estou ansiosa,
Para notícias dele saber...
Que tudo mandou dizer,
À sua mãe tão carinhosa...
Oh viagem maravilhosa,
Para quem hoje aqui chegou!...
Que alegria para os seus pais...
Digam-me dos restos finais,
Onde meu filho ficou!
Este poema de Fernando
Duarte foi retirado do Livro "Pedaços
da Minha Vida ", editado em 19 Junho deste ano de 2007
conforme publicação que fizemos no Pombalinhense .
A sua autora e filha deste ilustre conterrâneo, Maria Luísa Narciso Duarte,
quis prestar-lhe uma merecida homenagem e nós damos hoje a conhecer um
pouco mais de Fernando Duarte.
Nas palavras de sua
filha, esta sentida poesia é um relato verídico e emocionado de uma situação
que seu pai presenciou no regresso de uma expedição a
Angola, onde esteve integrado por imperativos nacionais durante a 1ª Guerra
Mundial.
Fernando Duarte ( Pombalinho 1891 – 1978)
1 comentário:
Há coisas simples, tão importantes...
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