Durante a permanência
das cheias no Pombalinho, raramente a sua população ficou isolada
geograficamente dos seus mais próximos vizinhos. Normalmente a estrada EN 365
fica(va) interrompida ao trânsito motorizado entre a entrada sul da aldeia e a
Ponte do Alviela, ficando a salvo do alagamento provocado pelas águas a saída
norte em direcção à Azinhaga, permitindo assim que esta comunicação se
mantivesse como alternativa de percurso para Santarém e outros destinos
utilizados pelos pombalinhenses.
Do Reguengo de Alviela já a situação é bem diferente! Esta
povoação da Freguesia de S Vicente do Paúl situada numa zona agrícola
completamente plana, muito embora localizada numa área superficial de pequeno
relevo, é facilmente isolada pelas águas do Tejo e esta fotografia revela-nos
uma das frequentes acções que eram desenvolvidas pelas suas gentes em sequência
dessa rotura na vida normal dos seus habitantes, ou seja, o abastecimento
alimentar e transporte de pessoas por barcos movimentados a remos ou à vara a
partir do Pombalinho. Da data do seu registo não temos qualquer indicação mas
presume-se que seja das primeiras décadas do século vinte, atendendo à
caracterização vegetal existente na estrada EN365 e também por pertencer ao
espólio documental de Júlio Barreiros, avô de Fernando Furtado Barreiros.
Atente-se no pormenor das pedras colocadas no solo e na linha
limite do alagamento, para uma leitura mais rápida e directa da subida do nível
da cheia.
Como notas finais, o agradecimento ao Fernando Furtado Barreiros
por ter possibilitado a publicação de mais esta preciosidade e ao Joaquim
Mateiro pela colaboração na “interpretação” possível desta bela
fotografia.
1 comentário:
Vendo o passado constroi-se o feturo.
VOZ DO GOULINHO
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